Por Mário Marques de Almeida   Equipamento para gravações e escutas clandestinas, vulgarmente chamados de “grampos”, em dependências da Assembleia Legislativa tem potencial para reeditar um escândalo similar ao que ocorreu na gestão do ex-governador Pedro Taques – o malfadado caso da “Grampolândia Pantaneira". Guardadas as devidas proporções e temporalidade, os casos se parecem.   Cujo episódio, com consequências morais e jurídicas negativas representadas por processos que ainda correm, causou estragos políticos e administrativos imensos na gestão estadual passada, além de macular, na época, reputações de parcelas importantes da cúpula da Segurança Pública mato-grossense.   A descoberta recente de novos grampos em gabinetes estratégicos do comando do Poder Legislativo estadual só não terá a mesma repercussão e amplitude da “Grampolândia Pantaneira” porque envolve, supostamente, universo menor de “grampeados”, além de que ocorre, coincidentemente, em meio à crise sanitária do coronavírus, que absorve os focos da população em geral, autoridades e da mídia, por se tratar, obviamente, de tema incomparavelmente maior.    Diante disso, é possível conjecturar que os grampos na AL serão minimizados e até mesmo soterrados, caindo rapidamente no esquecimento, pela avalanche "coronaviriana" que assola Mato Grosso, o Brasil e o planeta. Sem ter, ainda que remotamente parecido, a grande dimensão midiática e política que foi dada ao mesmo episódio na era Taques.   Entenda o caso   Em varredura nesta quinta-feira (16) militares que prestam serviços na Assembleia Legislativa encontraram câmeras e microfones instalados na presidência da Casa de Leis.    Os equipamentos foram encontrados na mesa em que os deputados se reúnem para formar o colégio de líderes e onde ocorrem as principais decisões emanadas daquele Poder.    A grave descoberta de aparelhagem para filmar e gravar clandestinamente as reuniões ensejo, por enquanto, uma nota da Assembleia sobre o caso.   Veja a íntegra do comunicado:    Assembleia Legislativa de Mato Grosso - ALMT esclarece que, na última quinta-feira (16), durante vistoria de rotina feita no gabinete da Presidência do Poder Legislativo, pela Coordenadoria Militar da Casa de Leis, foi encontrado material amador similar para escutas ilegais. A coordenadoria vai encaminhar todo material para análise e investigação da Secretaria Estadual de Segurança Pública. A Mesa Diretora aguarda a apuração dos fatos para se manifestar sobre o caso", disse.