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POR FALAR EM INSANIDADE: Já tem muita gente, inclusive em MT questionando se Bolsonaro “bate bem da cabeça”
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25/04/2020 - 07:58
Mário Marques de Almeida
Pelo fato de vir se destacando como um presidente que cria as próprias crises que “embananam” seu próprio governo, além de criar tensões e animosidades constantes com outros poderes da República e, particularmente, afrontar e denegrir instituições da sociedade civil, como é o caso da Imprensa, vítima permanente de seus ataques, não faltam políticos, empresários, profissionais liberais e até pessoas comuns que acham que Jair Bolsonaro não bate bem da cabeça.
Essa avaliação sobre a sanidade mental do presidente vem ganhando força, nos últimos meses, em função de desatinos que ele vem cometendo na condução da crise sanitária e econômica, desembocando no desmonte, conforme a sociedade vem acompanhando, de sua própria equipe.
Esse tipo de conceito negativo sobre o juízo (ou falta dele) do presidente da República é pela imprevisibilidade de suas ações estapafúrdias, quando não inconsequentes, como a de minimizar, por exemplo, a maior pandemia deste século chamando- a de “gripezinha – no que, além da irresponsabilidade de sua fala, pode ter cometido crime contra a saúde das pessoas.
Considerando a influência que ele exerce, ao externar esse tipo de opinião minimizando a gravidade da pandemia, Bolsonaro poderia ter induzido – se não induziu? - setores sociais menos esclarecidos a considerar a doença, letal em muitos casos, como se fosse uma enfermidade comum e banal.
Reforça, ainda, o que muita gente já pensa sobre a conduta do principal mandatário do país, o fato que nas poucas áreas onde o Brasil vinha caminhando bem (porque nas demais já vinha não dando certo e a culpa, nesse caso, não é de Bolsonaro), como a da política externa e nas relações comerciais com os outros países, na qual o Brasil se destacava pelo não-alinhamento automático com essa ou aquela nação, o atual governo causou uma “pandemia” diplomática equivalente ou maior que a do coronavírus.
Para agradar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Bolsonaro e sua diplomacia ditada pela subserviência e reles “puxasaquismo” ao “grande irmão” do norte vem sendo um desastre, cujas consequências o povo brasileiro ainda pode pagar caro se esse tipo de atrelamento incondicional aos EUA persistir na política externa.
Não se questiona, aqui, a manutenção do bom e necessário relacionamento que o Brasil, aliás, sempre manteve com os Estados Unidos, o que não dá para entender é que essa boa relação amistosa implique em agressões a outros parceiros importantes do Brasil, conforme fatos já protagonizados por Jair Bolsonaro, juntamente com seu filho Eduardo Bolsonaro, espécie da ministro das Relações Exteriores de “fato”, porque o nomeado para o cargo é um inexpressivo que se compraz, não em atender aos interesse estratégicos do Brasil em um mundo globalizado, mas em agradar o filho “zero qualquer coisa” que, na verdade, é quem dita regras na agora “esquizofrênica” política externa brasileira .
Cujo destaque fica por conta, ao contrário de ampliar laços construídos ao longo de décadas por outros governantes e diplomatas, mas sim fomntar atritos “ideológicos” com outras nações e blocos que, por sinal, mais importam que exportam para o Brasil - fato que gera superávits preciosos na balança comercial do Brasil.
Mais que insanidade, é burrice rematada (ou as duas coisas juntas!) tentar arrastar o legado de competência da diplomacia brasileira, reconhecida desde Barão do Rio Branco, o seu patrono, nesse vendaval bolsonariano de estupidez!
Encerro por aqui.
SUGESTÃO DE LEITURA
A propósito, leia, linhas abaixo, na íntegra matéria assinada pelo jornalista Pablo Rodrigo, do jornal e site A Gazeta, com abordagem diferente, mas tratando, em vários aspectos, do mesmo tema:
Pablo Rodrigo / A Gazeta
Preocupação. Este é o discurso dos senadores de Mato Grosso em relação à crise que provocou a saída de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, do governo Jair Bolsonaro (sem partido). O senador Jayme Campos (DEM) não descarta um possível exame de sanidade mental do presidente.
"O presidente causa muita insegurança. Acho que é até motivo para um exame de sanidade mental dele. Toda hora procurando crise", disse o senador.
Para o democrata, a saída de Moro prejudica o trabalho desenvolvido no Ministério da Justiça no combate à corrupção. "Ele era o cartão de visita do governo", complementa.
Jayme também considera grave a denúncia feita por Moro de que Bolsonaro vinha tentando ter o controle da Polícia Federal para ter conhecimento de supostas investigações.
"Me causou perplexidade é a fala do ministro Moro que é muito grave. Bolsonaro quer interferir dentro da Polícia Federal . A PF é uma instituição de Estado e não de governo. Tem que ter autonomia para apurar qualquer inquérito", analisou
Para Jayme Campos a saída de Moro deverá contribuir para a crise econômica do país, neste momento de pandemia. "O dólar está quase R$ 6. Onde isso vai parar?", questiona.
O senador Carlos Fávaro (PSD) também lamentou a saída de Sérgio Moro do ministério da Justiça. O socialdemocrata lembrou que Moro fez um "belíssimo trabalho no combate à corrupção".
"Espero que as denúncias feitas pelo ministro durante a coletiva não se confirmem para que não haja retrocessos em nossa democracia. Temos que manter uma Polícia Federal independente e sólida no combate à violência e aos crimes de corrupção. É isso que nossa sociedade espera dos governantes", disse por meio de nota.
Já o senador Wellington Fagundes (PL) evitou comentar as denúncias feitas por Sérgio Moro. Porém, se disse preocupado com a saída por ter conseguido trabalhar com Moro na questão do orçamento para a Justiça e Defesa.
"Nós trabalhamos juntos combate ao crime organizado na região de fronteira, com o uso da Força Nacional de Segurança e melhor aparelhamento da Policia Federal, Rodoviária Federal, além de um trabalho de integração com as polícias Civil, militar , Corpo de Bombeiros e Politec. Trata-se, portanto, de uma grande perda para nosso Estado", afirmou .
Fagundes espera que o novo ministro indicado por Bolsonaro mantenha as políticas desenvolvidas por Moro.
Sérgio Moro anunciou a sua saída do governo nesta sexta-feira (24) após o presidente Jair Bolsonaro ter demitido o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.