POR FALAR EM INSANIDADE: Já tem muita gente, inclusive em MT questionando se Bolsonaro “bate bem da cabeça”

Mário Marques de Almeida    Pelo fato de vir se destacando como um presidente que cria as próprias crises que “embananam” seu próprio governo, além de criar tensões e animosidades constantes com outros poderes da República e, particularmente, afrontar e denegrir instituições da sociedade civil, como é o caso da Imprensa, vítima permanente de seus ataques, não faltam políticos, empresários, profissionais liberais e até pessoas comuns que acham que Jair Bolsonaro não bate bem da cabeça.    Essa avaliação sobre a sanidade mental do presidente vem ganhando força, nos últimos meses, em função de desatinos que ele vem cometendo na condução da crise sanitária e econômica, desembocando no desmonte, conforme a sociedade vem acompanhando, de sua própria equipe.   Esse tipo de conceito negativo sobre o juízo (ou falta dele) do presidente da República é pela imprevisibilidade de suas ações estapafúrdias, quando não inconsequentes, como a de minimizar, por exemplo, a maior pandemia deste século chamando- a de “gripezinha – no que, além da irresponsabilidade de sua fala, pode ter cometido crime contra a saúde das pessoas.    Considerando a influência que ele exerce, ao externar esse tipo de opinião minimizando a gravidade da pandemia, Bolsonaro poderia ter induzido – se não induziu? - setores sociais menos esclarecidos a considerar a doença, letal em muitos casos, como se fosse uma enfermidade comum e banal.    Reforça, ainda, o que muita gente já pensa sobre a conduta do principal mandatário do país, o fato que nas poucas áreas onde o Brasil vinha caminhando bem (porque nas demais já vinha não dando certo e a culpa, nesse caso, não é de Bolsonaro), como a da política externa e nas relações comerciais com os outros países, na qual o Brasil se destacava pelo não-alinhamento automático com essa ou aquela nação, o atual governo causou uma “pandemia” diplomática equivalente ou maior que a do coronavírus.   Para agradar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Bolsonaro e sua diplomacia ditada pela subserviência e reles “puxasaquismo” ao “grande irmão” do norte vem sendo um desastre, cujas consequências o povo brasileiro ainda pode pagar caro se esse tipo de atrelamento incondicional aos EUA persistir na política externa.   Não se questiona, aqui, a manutenção do bom e necessário relacionamento que o Brasil, aliás, sempre manteve com os Estados Unidos, o que não dá para entender é que essa boa relação amistosa implique em agressões a outros parceiros importantes do Brasil, conforme fatos já protagonizados por Jair Bolsonaro, juntamente com seu filho Eduardo Bolsonaro, espécie da ministro das Relações Exteriores de “fato”, porque o nomeado para o cargo é um inexpressivo que se compraz, não em atender aos interesse estratégicos do Brasil em um mundo globalizado, mas em agradar o filho “zero qualquer coisa” que, na verdade, é quem dita regras na agora “esquizofrênica” política externa brasileira .    Cujo destaque fica por conta, ao contrário de ampliar laços construídos ao longo de décadas por outros governantes e diplomatas, mas sim fomntar atritos “ideológicos” com outras nações e blocos que, por sinal, mais importam que exportam para o Brasil - fato que gera superávits preciosos na balança comercial do Brasil.   Mais que insanidade, é burrice rematada (ou as duas coisas juntas!) tentar arrastar o legado de competência da diplomacia brasileira, reconhecida desde Barão do Rio Branco, o seu patrono, nesse vendaval bolsonariano de estupidez!    Encerro por aqui.    SUGESTÃO DE LEITURA    A propósito, leia, linhas abaixo, na íntegra matéria assinada pelo jornalista Pablo Rodrigo, do jornal e site A Gazeta, com abordagem diferente, mas tratando, em vários aspectos, do mesmo tema:   Pablo Rodrigo / A Gazeta   Preocupação. Este é o discurso dos senadores de Mato Grosso em relação à crise que provocou a saída de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, do governo Jair Bolsonaro (sem partido). O senador Jayme Campos (DEM) não descarta um possível exame de sanidade mental do presidente. "O presidente causa muita insegurança. Acho que é até motivo para um exame de sanidade mental dele. Toda hora procurando crise", disse o senador.   Para o democrata, a saída de Moro prejudica o trabalho desenvolvido no Ministério da Justiça no combate à corrupção. "Ele era o cartão de visita do governo", complementa.   Jayme também considera grave a denúncia feita por Moro de que Bolsonaro vinha tentando ter o controle da Polícia Federal para ter conhecimento de supostas investigações.    "Me causou perplexidade é a fala do ministro Moro que é muito grave. Bolsonaro quer interferir dentro da Polícia Federal . A PF é uma instituição de Estado e não de governo. Tem que ter autonomia para apurar qualquer inquérito", analisou   Para Jayme Campos a saída de Moro deverá contribuir para a crise econômica do país, neste momento de pandemia. "O dólar está quase R$ 6. Onde isso vai parar?", questiona.   O senador Carlos Fávaro (PSD) também lamentou a saída de Sérgio Moro do ministério da Justiça. O socialdemocrata lembrou que Moro fez um "belíssimo trabalho no combate à corrupção".   "Espero que as denúncias feitas pelo ministro durante a coletiva não se confirmem para que não haja retrocessos em nossa democracia. Temos que manter uma Polícia Federal independente e sólida no combate à violência e aos crimes de corrupção. É isso que nossa sociedade espera dos governantes", disse por meio de nota.   Já o senador Wellington Fagundes (PL) evitou comentar as denúncias feitas por Sérgio Moro. Porém, se disse preocupado com a saída por ter conseguido trabalhar com Moro na questão do orçamento para a Justiça e Defesa.   "Nós trabalhamos juntos combate ao crime organizado na região de fronteira, com o uso da Força Nacional de Segurança e melhor aparelhamento da Policia Federal, Rodoviária Federal, além de um trabalho de integração com as polícias Civil, militar , Corpo de Bombeiros e Politec. Trata-se, portanto, de uma grande perda para nosso Estado", afirmou .   Fagundes espera que o novo ministro indicado por Bolsonaro mantenha as políticas desenvolvidas por Moro.   Sérgio Moro anunciou a sua saída do governo nesta sexta-feira (24) após o presidente Jair Bolsonaro ter demitido o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.