MT deve receber dívida antiga da União de R$ 1,2 bilhões

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Redação A União fechou, na terça-feira (19), acordo com o Fórum de Governadores e vai pagar aos Estados e municípios R$ 65,6 bilhões de compensações da Lei Kandir. O valor refere-se a perdas apuradas ao longo de vários anos. Dos Estados brasileiros cuja produção é basicamente destinada ao mercado externo, Mato Grosso é o que mais perdeu com as desonerações de impostos determinadas pela Lei Kandir. O entendimento, que teve a participação do Ministério da Economia e da Advocacia Geral da União deve ser homologado nesta quarta-feira (20), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para finalizar a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADI), julgada em 2016. Entre outras medidas, o acordo firmado com a presença do ministro Gilmar Mendes, relator da ADO no Supremo, prevê aprovação de um Projeto de Lei Complementar para alteração do artigo 20 da Constituição e de revogação do artigo 91 de seu Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Cálculos iniciais apontam que Mato Grosso deverá receber, no primeiro ano, em torno de R$ 1,2 bilhão. Ate o final do acordo, serão R$ 6,5 bilhões. Dos R$ 65,6 bilhões definidos no acordo, ficou estabelecido que a União irá repassar R$ 58 bilhões no período de 2020 a 2037, previstos na Proposta de Emenda à Constituição 188/2019, que trata do novo Pacto Federativo. A esse valor será acrescido mais R$ 3,6 bilhões, divididos em três parcelas anuais de R$ 1,2 bilhão no período de três anos subsequentes à aprovação da regulamentação da Proposta de Emenda à Constituição 188/2019, que trata do novo Pacto Federativo; e mais R$ 4 bilhões da receita a ser obtida a título de bônus de assinatura com os leilões dos Blocos de Atapu e Sépia, previstos para o ano de 2020 – os chamados royalties do excedente do pré-sal. A forma de pagamento da principal parte da dívida, que representa R$ 58 bilhões, dependerá de variáveis a serem definidas pela Câmara e Senado. Há três condições a serem estudadas, segundo o acordo firmado pelo Fórum de Governadores “Vamos nos reunir e avaliar e estabelecer um diálogo com todos os demais parlamentares. O importante é que a União, antes resistente, deve reconhecer uma dívida, que mostramos durante o período de trabalho da Comissão Especial da Lei Kandir”, explicou o senador Wellington Fagundes (PL), relator da medida no Congresso Nacional. Em março, o parlamentar mato-grossense se reuniu com o ministro Gilmar Mendes, relator no STF da Ação Direta de Inconstitucionalidade, para discutir as medidas referente ao pedido da União para prorrogar por 12 meses o prazo para que o Congresso Nacional editasse lei complementar regulamentando os repasses em decorrência da desoneração das exportações do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Na ocasião, Mendes ressaltou que a definição sobre a compensação significava matéria de extrema urgência e importância para o federalismo, não só pela possibilidade de abalar o pacto federativo, “mas também em decorrência da instabilidade político-jurídica” que o tema ocasionava. As variáveis políticas, fiscais e orçamentárias, com suas profundas repercussões, dificultaram um entendimento para votação do relatório aprovado pela Comissão Especial da Lei Kandir.