Bolsonaro volta a contemplar centrão e nomeia chefe de gabinete do presidente do PP para comandar fundo de educação
Bolsonaro volta a contemplar centrão e nomeia chefe de gabinete do presidente do PP para comandar fundo de educação
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01/06/2020 - 23:13
FNDE
Redação
Antes criticado por Jair Bolsonaro como escória da política, o chamado Centrão, que se caracteriza pelo fisiologismo e dá seu apoio em troca de cargos em órgãos com verbas gordas, vem sendo aquinhoado pelo governo federal com espaços generosos.
As mais recentes “conquistas” do Centrão são o comando do FNDE e a direção do Banco do Nordeste. O FNDE possui orçamento de cerca de 54 milhões de reais e é o braço principal do Ministério da Educação para compras de material didático, entre muitos outros itens. O órgão é uma das chamadas “jóias da coroa” do governo federal.
Com isso, o mito” Bolsonaro não pode mais arrotar ser o dono da ética e da moralidade, depois que entrou no “toma lá dá cá” do Centrão.
È aquele velho ditado: “Diga-me com quem tu andas que te direi quem és”!
O governo do presidente Jair Bolsonaro cedeu mais uma vez e entregou para o centrão a presidência do Fundo Nacional da Educação (FNDE), com a nomeação do chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PI) presidente do PP, para o cargo.
A nomeação de Marcelo Lopes da Ponte saiu nesta segunda-feira no Diário Oficial. O FNDE, um dos cargos mais cobiçados pelo centrão, tem um orçamento este ano de 54 bilhões de reais e é responsável por programas que cuidam de livros didáticos, merenda escolar, e também por construções de creches e compra de equipamentos para escolas.
Nogueira, hoje um dos principais expoentes do centrão, tem coordenado com o Palácio do Planalto as indicações do bloco para cargos no governo.
O senador é um dos denunciados na operação Lava Jato, acusado de ter pedido recursos à Odebrecht para suas campanhas eleitorais e do PP em 2010 e 2014, em valores que chegariam a 7 milhões de reais.
Dentro da Lava Jato, o PP foi um dos principais partidos envolvidos em desvio de recursos da Petrobras, ao ponto de parte da investigação ter ganhado o apelido de “quadrilhão do PP”, dada a quantidade de parlamentares da legenda denunciados.
Lopes é o sétimo nome indicado pelo centrão a obter um cargo no governo.
Até agora, além do PSD, Avante, PSC, Republicanos e PL, já foram beneficiados diretamente com cargos em postos de segundo e terceiro escalão, mas que controlam orçamentos expressivos, como a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), o Departamento de Obras Contra a Seca (DNOCS) e o próprio FNDE.