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Prefeitos de Cuiabá e VG se reúnem para discutir "lockdown" e diminuir a proliferação da Covid-19
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09/06/2020 - 20:06
Emanuel Pinheiro e Lucimar Campos
Redação
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), em reunião com a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos e outros profissionais, volta a cogitar a possibilidade de decretar ‘lockdown’ na Capital se a curva de contaminação pela Covid-19 permanecer em alta. Desta vez a resposta foi ao Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen) que pediu atuação do Ministério Público para forçar o fechamento total de Cuiabá e Várzea Grande.
Cuiabá é o epicentro da pandemia do novo Coronavírus em Mato Grosso. Somente ontem, seis pessoas morreram na Capital, segundo boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Ao todo, já são 30 residentes mortos pela Covid-19, além de 24 moradores de outras cidades que se trataram na Capital. Dos 4.243 casos registrados, 1.285 estão em Cuiabá.
Na semana passada Pinheiro já havia cogitado o ‘lockdowns’ em Cuiabá se o número de infectados pelo novo Coronavírus subir mais de 10% ao dia e citou como agravante o colapso da saúde em cidades do interior, citando, Sinop e Sorriso, que já não têm mais leitos de UTI disponíveis.O crescimento dos casos em Cuiabá era de 8% e o prefeito estimava que o sistema de saúde cuiabano pode suportar o mês de julho.
“Temos vagas na UTI, mas é algo que aumenta diariamente. Pois o vírus é brutal. Tudo pode mudar do dia pra noite. Temos 55 leitos de UTI no antigo Pronto-Socorro de Cuiabá, mais 40 no Hospital São Benedito e mais 10 que vamos lançar em menos de uma semana. Até julho o sistema de saúde resiste. Repito, o vírus não tem cura, ele cresce com uma velocidade forte e tem alto poder de propagação. Por isso o isolamento é a melhor medida. O nosso trabalho diário mostra que o vírus cresce 8% ao dia. Não tem como fazer muro de arrimo e isolar Cuiabá. Cuiabá é enorme e tem Várzea Grande ao lado, que juntos tem 1 milhão de habitantes. Quando se relaxa mais, mais potencializa o caso. Até julho temos uma atenção maior”, disse o prefeito semana passada.
Ideia de Lucimar Campos é ação conjunta para adotar medida em Cuiabá e Várzea Grande
As prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande analisam a possibilidade de implantarem o sistema de lockdown, a partir do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (11). A intenção é fechar todos os estabelecimentos, entre quinta e segunda-feira (15), com o objetivo de reduzir a proliferação do novo coronavírus (Covid-19).
A hipótese foi levantada pela prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM). A proposta foi levada por ela ao chefe do Executivo da Capital, que garantiu que iria avaliar a aplicabilidade da medida. Eles devem voltar a se reunir para tratar deste assunto, nesta quarta-feira (10).
A medida seria válida para determinados setores, e só será colocada em prática se o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), adotar a mesma postura. A medida “extrema” seria reflexo do balanço divulgado pelo Governo do Estado, na manhã desta terça-feira (9).
A ação foi debatida durante reunião do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19, criado na Cidade Industrial, que conta com a participação de membros do Poder Executivo, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária.
Enquanto isso, a equipe técnica do Paço Couto Magalhães, com o Comitê, estuda quais setores poderão manter as portas fechadas neste período. A tendência é de que apenas os estabelecimentos comerciais que forneçam serviços essenciais permaneçam abertos, neste feriado prolongado.
Como se trata de cidades vizinhas, a prefeita Lucimar Campos acredita que prolongar o feriado de Corpus Christi apenas em Várzea Grande não surtirá efeito. Por isso, espera tomar uma decisão em conjunto com o prefeito da Capital. Na quinta-feira (11), feriado de Corpus Christi, Várzea Grande já vai fazer uma espécie de “ensaio”. O feriado prolongado deve contar apenas com os serviços essenciais em funcionamento na cidade.
A Prefeitura ainda deverá publicar um novo decreto regulamentando o que poderá abrir ou não no município até domingo (14) – caso não haja entendimento com Cuiabá sobre a paralisação conjunta.
Em entrevista coletiva, pela internet, o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, reconhece que a Saúde do Estado já está em colapso, tendo em vista o número de leitos já ocupados por pacientes que testaram positivo para o vírus.
Diante dos dados negativos, o secretário alertou que podem faltar leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes com quadro grave da doença. “Em média, crescemos 5% ao dia, em poucas semanas estamos quase exaurindo os leitos de UTI. Não haverá leitos suficientes de UTI para atender a todos”, disse o secretário.
O rápido crescimento no número de casos também está relacionado ao comportamento da sociedade e ao retorno de parte das atividades econômicas no Estado, o que permitiu a reabertura de estabelecimentos de diversos segmentos. Com isso, subiu o número de pessoas que circulam no comércio e demais espaços públicos e consequentemente aumentou o contato físico entre as pessoas.