BALAIO DE GATOS: Mexidas políticas nas cúpulas do Podemos e PTB geram turbulências com parlamentares em MT, que se afastam das legendas

BALAIO DE GATOS: Mexidas políticas nas cúpulas do Podemos e PTB geram turbulências com parlamentares em MT, que se afastam das legendas
REDAÇÃO Por motivos diferentes, os deputados federais Emanuelzinho (PTB) e José Medeiros (Podemos) estão no “olho do furacão” do que não é nenhuma crise de dimensão nacional, mas é uma polêmica paroquial, restrita à situação de desconforto em que os dois se encontram perante as direções desses partidos no país. Em razão dessa discórdia, Emanuelzinho anunciou sua renúncia do cargo de presidente do PTB em Mato Grosso.Quanto a Medeiros, enfrenta vexame interno maior: foi “convidado”, em função de seu atrelamento com o presidente Jair Bolsonaro , a se desfiliar da legenda tendo em vista a filiação ao Podemos do ex-ministro Sergio Moro, que deve concorrer à Presidência da República por esse partido e, segundo analistas políticos, tira votos de Bolsonaro e de segmentos de direita. Entenda o caso O senador da República que disputou as eleições de 2018, Álvaro Dias (PODE), afirmou que o partido não irá liberar seus filiados para apoiar outra candidatura, que não seja a do ex-ministro Sérgio Moro em 2022. A declaração foi um recado ao deputado federal José Medeiros (PODE), que defende a reeleição de Jair Bolsonaro (sem partido). “Não compareceu a reunião da bancada com o Sérgio Moro, não compareceu ao evento e não há nenhuma autorização para deslealdade no Podemos, não há autorização para traição. Com toda tranquilidade e respeito às convicções pessoais como democrata, a porta de entrada também é a porta da saída. Se o projeto do Podemos não serve, se for por falta de adeus, até logo”, disse o senador em entrevista a rádio Capital FM nesta quinta-feira (11). Dias também ironizou a defesa incondicional de Medeiros ao presidente, mas afirmou que o projeto da legenda é diferente ao de Jair Bolsonaro. “Quem se apaixonou por Bolsonaro segue a sua paixão, mas há um lugar adequado para se exercitar essa paixão. Como nós temos outro objetivo, outro projeto, não há como compactuar. Acho que de forma muito simples e respeitosa, nós queremos um partido afirmativo onde não fiquem dúvidas e não ocorra suspeição de comportamento em relação ao projeto que estamos defendendo”, pontuou. Álvaro Dias ainda afirmou que a janela partidária - período em que políticos podem mudar de sigla sem perder o mandato - é o caminho para Medeiros possa deixar o Podemos e seguir o presidente. “É preciso ser feliz onde se encontra. Se não é feliz onde está, por favor, se despeça. Faça esse favor. Nós não vamos admitir comportamentos que não sejam de lealdade, porque a liberdade vem ai a janela no mês de março que possibilita a mudança de partido dos parlamentares. Então, não há nenhuma razão para permanecer infeliz, insatisfeito. Vá carregar sua bandeira onde desejar, está liberado para carregar sua bandeira. Mas, dentro de casa no Podemos há um projeto”. Medeiros já havia declarado antes mesmo da filiação de Sérgio Moro, de que teria liberdade para seguir com Bolsonaro em Mato Grosso. Outro lado Já o deputado José Medeiros preferiu não comentar e disse que o assunto será tratado internamente com a direção nacional do Podemos. Emanuelzinho O deputado federal Emanuelzinho renunciou ao cargo de presidente estadual do PTB, um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter afastado Roberto Jeferson da presidência nacional da legenda. De acordo com o parlamentar, a sua saída do comando da agremiação no Estado, se deve ao posicionamento político da direção nacional. "Em virtude de posicionamentos do partido nos quais não me sinto representado, entendo que não é mais tempo de estar à frente da presidência estadual do partido", disse em seu comunicado. De acordo com o parlamentar, as divergências internas o impede de seguir na organização e ampliação do partido em Mato Grosso. "Pelo exposto estou colocando o cargo de Presidente do PTB à disposição da sua Executiva Nacional, ao tempo em que agradeço a todos pelo apoio que nunca me faltou durante esta jornada partidária. Deixo meu agradecimento pela confiança ao meu trabalho pelo estado de Mato Grosso, o respeito aos membros do partido que contribuem cada um à sua maneira com a política brasileira e meu respeito a história que construí e vivi à frente da presidência estadual até aqui", concluiu. Apesar de não comunicar, a carta de Emanuelzinho tem um tom de despedida, sinalizando que poderá deixar o partido e buscar outra legenda para disputar sua reeleição. A crise entre Emanuelzinho e o PTB nacional se escancarou após a carta de Roberto Jeferson, de dentro da prisão, o acusando de participar de um complô para tomar o comando da sigla. Na carta, Jeferson acusou Emanuelzinho de ser 'dissimulado', 'mentiroso' e 'canalha'. Isso porque Emanuelzinho, juntamente com os deputados Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Pedro Geromel (PTB-CE), Wilson Santiago (PTB-PB), José Costa (PTB-PA) e Antônio Albuquerque (PTB-AL), iniciaram um movimento 'conspiratório' para tomar o controle do partido e administrar o Fundo Partidário de R$ 20 milhões que a sigla tem em caixa. "Formou-se um grupo conspiratório, após minha prisão, que sendo minoria sem peso na Convenção ou Diretório, tentou levar para o judiciário pretensões que não resistem ao mínimo enfrentamento no Partido, foro adequado para essa querela", diz trecho da carta antes de criticar cada parlamentar. "Quanto ao Emanoelzinho, é zinho mesmo, quero lembrar uma passagem bíblica, os frutos revelam a árvore. Árvore ruim fruto ruim. Quem sai aos seus não degenera. O Zinho Emanoel, sempre que testado dissimulou; sempre que dissimulou mentiu; sempre que mentiu traiu um compromisso conosco. Uma pena, tão jovem, tão canalha", disse Roberto Jeferson após ter criticado os demais parlamentares . Leia o comunicado na íntegra:  "Observo que concluímos com êxito a missão coletiva que me foi designada de dirigir o Partido Trabalhista Brasileiro – PTB de Mato Grosso. No entanto, em virtude de posicionamentos do partido nos quais não me sinto representado, entendo que não é mais tempo de estar à frente da presidência estadual do partido. Com informações do jornal Pablo Rodrigo – A Gazeta