ANÁLISE POLÍTICA Por Mário Marques de Almeida As eleições de 2022 se aproximam, mas estão apresentando desde já, neste ano de 2021, grande efervescência no Estado, que começou a dar os primeiros sinais há cerca de 2 meses com o anúncio do prefeito José Carlos do Pátio, de Rondonópolis, de apoio à candidatura de Lula à Presidência da República. Coincidência, ou não, a partir daí, as principais forças que dominam a política mato-grossense começaram a se movimentar com mais intensidade. Exemplo disso pode ser visto neste último final de semana em um evento em Rondonópolis, organizado pelo deputado estadual Nininho (PSD), que reuniu a quantidade expressiva de 52 prefeitos, o deputado federal Neri Geller (PP), culminou com presença do governador Mauro Mendes, secretários de Estado, dirigentes partidários e um séquito enorme de vereadores e secretários municipais de várias regiões. Por falar em Mendes, ele ainda, pelo menos oficialmente, não se declarou candidato à reeleição, mas vem se comportando como tal em suas incursões pelo interior. Em Rondonópolis, por exemplo, descontraído e sem formalidades, ele se enturmou com o conjunto musical que animava a reunião, na chacára de Nininho, e cantou modas sertanejas.  No encontro, que foi visto como uma demonstração de força, o prefeito Zé do Pátio - que não participou da organização do ato - acompanhado pela primeira dama, dona Neuma, e que também tinha vários outros atos e compromissos para participar na cidade, como solenidades alusivas ao Dia da Consciência Negra, tirou um tempo de sua concorrida agenda, e apareceu por lá. Cumprimentou e foi cumprimentado pelos participantes. A leitura que se faz da imensa reunião é que ela, mais do que um grande congraçamento, balizou a largada das articulações que vão desembocar nas candidaturas majoritárias ao governo estadual e a disputa por uma vaga ao Senado no ano que vem. Nesse cenário, a um ano das eleições, em sã consciência, não se pode dizer que existem favoritos para ambas as vagas, embora o governador Mauro Mendes, que deve disputar a reeleição, teoricamente, leve vantagem por estar no cargo. Fator Lula Quanto a Zé do Pátio, uma das peças que hoje está firmada no tabuleiro da sucessão, independente se irá ou não disputar algum dos dois principais cargos colocados, uma coisa é certa: ele estará no centro das conjecturas e articulações que já iniciaram e, doravante, vão se intensificar. Para incrementar essa movimentação, existe o fato que, com sua gestão bem avaliada em Rondonópolis e as repercussões decorrentes disso, Pátio é um dos líderes não-filiados ao PT que saiu na frente em Mato Grosso declarando apoio a Lula. E isto, não só pelo fato do prefeito rondonopolitano haver se transformado em uma das principais lideranças da política mato-grossense, quer queiram ou gostem seus adversários, mas também em razão de que Rondonópolis é o principal polo econômico de Mato Grosso, depois da Capital, além de ser uma cidade emblemática em matéria de política. Nesse quadro, outros fatores que já estão interferindo nas eleições no Estado é a eleição presidencial, polarizada entre Lula e Bolsonaro, mas, segundo pesquisas confiáveis, vem sendo liderada com ampla vantagem pelo presidenciável da oposição ao bolsonarismo. Bolsonaro Na hipótese de que Bolsonaro venha a se filiar no PL, partido que tem em Mato Grosso o senador Wellington Fagundes como o seu principal líder, a equação política mudará. Principalmente em Mato Grosso, caso se confirme as especulações de que Fagundes seja lançado a governador, tendo como companheiro de chapa ao Senado, o ex-senador e hoje deputado federal José Medeiros, ambos com base eleitoral no Sudeste mato-grossense. Não é preciso ser nenhum especialista em política, para entender que, a confirmação dessa hipótese, obrigará o governador Mauro Mendes e apoiadores, a reformularem suas estratégias, buscando reforçar a chapa com uma participação mais expressiva na região, que, coincidentemente, tem o prefeito José Carlos do Pátio como um dos seus grandes expoentes.