Sob risco de ter trechos soterrados por desabamento de Serra, MT-251 leva Sérgio Ricardo conclamar poderes por solução, antes que vire tragédia

Sob risco de ter trechos soterrados por desabamento de Serra,  MT-251 leva Sérgio Ricardo conclamar poderes por solução, antes que vire tragédia
Mario Marques de Almeida com Assessoria Estrada histórica, antigo caminho de tropeiros que desbravavam então o que eram sertões, hoje importante rota turística e de ligação social e econômica, rodovia que demanda a Chapada dos Guimarães e faz ligação entre a Capital e partes relevantes do interior de Mato Grosso, tem tráfego precário e com trechos sob risco de sofrer avalanche. A situação é grave e levou o conselheiro Sérgio Ricardo, do Tribunal de Contas do Estado, a alertar para  a necessidade de se unir esforços dos poderes para resolver o problema, antes que vire uma tragédia de difícil reparação. Atualmente, na altura da localidade conhecida como Portão do Inferno, cercada em uma margem por grandes paredões da Serra de Chapada dos Guimarães e do outro lado por despenhadeiros profundos, a rodovia foi impactada recentemente por deslizamento de terra, tem seu tráfego feito de forma precária e apresenta risco da situação ser agravada, ter a passagem interrompida em grande escala, colocando vidas em perigo, além de poder ocasionar prejuízos de elevada monta para toda a região. “A situação é gravíssima. Estamos falando de uma estrada que funciona como um dos maiores corredores comerciais para o desenvolvimento do nosso estado, interligando várias cidades produtoras das regiões Sul e Sudeste. Uma estrada que é a fundamental para deslocamento para cerca de 1,5 milhão de pessoas que moram no seu entorno, em especial para aquelas que precisam buscar a Capital. A população corre risco, vidas estão em jogo. A situação em que a estrada se encontra nos demanda um debate que necessita de convergência e nos impõe união. No mundo moderno não deve haver mais trincheira entre interesse público, social e meio ambiente, é preciso pensar em soluções sustentáveis”, disse Sérgio Ricardo, novo presidente do TCE para o biênio 2024/2025. Também presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Sustentabilidade do TCE, Sérgio Ricardo afirmou que diante dos últimos incidentes na MT-251, já iniciou tratativas com o Governo do Estado, Ministério Público Estadual, deputados estaduais, federais e senadores para uma discussão ampliada que traga ações urgentes e de resultado para toda a sociedade. “Assim como tivemos sucesso com o Governo Federal e Estadual nas discussões da ferrovia estadual, com a Mesa Técnica, onde o tribunal reúne todos os envolvidos para discutir problemas pontuais no estado, queremos novamente encontrar a melhor solução para essa estrada. Já iniciamos as discussões e vamos, logo na primeira quinzena de janeiro, convocar as autoridades, especialistas, para encontrar um caminho”, enfatizou o conselheiro. Sérgio Ricardo destacou também a importância da estrada para o desenvolvimento do turismo em toda a região. “A Salgadeira, que historicamente foi uma das principais áreas de lazer dos cuiabanos, terá nova gestão a partir de 2024. Na semana passada estive reunido com o presidente da Fecomécio, que já me comunicou que no início do ano estão previstas uma série de melhorias e que será instalado ali o Sesc Salgadeira. Todos esses fatores que eu mencionei reforçam a necessidade de buscar a regularidade e solução para a questão do trânsito e do transporte com sustentabilidade e responsabilidade ambiental”, afirmou. O conselheiro explicou que há uma gama de exemplos positivos dessa união ao redor do mundo e que devem ser observados por Mato Grosso. “Parques nos EUA possuem estradas que cortam seus limites, estradas duplicadas com 2 ou 3 faixas de cada lado, com passagens de fauna, bases operacionais de gestão ambiental, combate a incêndios florestais, entre outros e, aqui, estamos padecendo por falta de entendimento na infraestrutura e na gestão ambiental.” Para o conselheiro, só será possível aproximar a população da natureza com bons serviços, infraestrutura adequada e recursos financeiros. “A estrada de Chapada dos Guimarães pode ser inovadora no país. Pode ser a primeira a gerar recursos para sua própria manutenção e até mesmo ajudar ao próprio parque, como um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Seria uma grande parceria entre o Governo Federal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Governo do Estado.”