Deputado Wilson Santos pede adiamento em projeto que muda Lei da Pesca em Mato Grosso

Deputado Wilson Santos pede adiamento em projeto que muda Lei da Pesca em Mato Grosso
  Os deputados Wilson Santos (PSD) e Dr. Eugênio (PSB) pediram vista do projeto de lei (PL) 27/2024, do governo do estado, que altera a política da pesca no estado de Mato Grosso. O texto propõe a flexibilização da Lei 12.197/23, em vigor desde janeiro deste ano, que proíbe o transporte, armazenamento e venda de peixes dos rios do estado por cinco anos. A legislação é alvo de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade movidas pelo MDB e pelo PSD que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro André Mendonça. Vale ressaltar que em janeiro deste ano, o STF promoveu audiência de conciliação entre representantes da União, Governo do Estado e Assembleia Legislativa onde ficou decidido que o Estado iria apresentar proposta de flexibilização da lei, liberando a captura de algumas espécies para manter viva a pesca artesanal/profissional, prejudicada pelo Transporte Zero. “Ocorre que o governo se antecipou e baixou decreto com novas medidas proibindo a pesca das 12 espécies de maior valor comercial e deixando liberadas apenas aquelas que não contribuem para uma renda decente para o pescador”, diz Wilson. Na opinião do deputado, o Governo não poderia ter baixado um decreto e enviado mensagem sobre mudanças na lei à Assembleia Legislativa antes de remetê-las à apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF), que propôs a tal flexibilização do “Transporte Zero”. “Enquanto todos nós estivermos na mesa de negociação, não cabe ao governo apresentar alternativas para tentar mudar o objeto do que está sendo discutido. É um desrespeito ao STF. A proposta do governo, que proíbe o transporte de 12 espécies, não atende os pescadores profissionais. Continuamos abertos às negociações. Aqui na Assembleia, faremos todas as articulações regimentais possíveis para evitar a votação de uma matéria que contraria a atividade da pesca em Mato Grosso”, afirmou. "Não é aceitável forçar a aprovação de uma matéria com o objetivo de provocar a queda das ADIs que estão no STF, isso não é ético”, completou Wilson. A mensagem enviada pelo Governo mantém proibida a pesca da Cachara, Caparari, Dourado, Jaú, Matrinchã, Pintado/Surubin, Piraíba, Piraputanga, Pirara, Pirarucu, Trairão e do Tucunaré. Apenas povos indígenas, originários e quilombolas, que utilizam a pesca para subsistência podem retirar qualquer espécie dos rios. A comercialização e o transporte de iscas vivas também ficam liberadas, mas deverão seguir Resolução do Cepesca. A modalidade “pesque e solte” é livre.