Base de Emanuel só aprovou Comissão Processante por causa da eleição, diz oposição
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13/03/2024 - 07:21
Assessoria da Câmara de Cuiabá
Vereadores de oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara de Cuiabá reconhecem que a abertura da Comissão Processante só foi possível porque 2024 é um ano eleitoral e todos da base querem ser reeleitos. A abertura da comissão foi aprovada na manhã de terça-feira, 12 de março, com 16 votos favoráveis e 8 contrários. Antes disso, a base de Emanuel conseguiu barrar 16 pedidos semelhantes.
Para a vereadora Maysa Leão (Republicanos) o ano eleitoral foi decisivo para que 16 vereadores concordassem com a abertura da comissão. Ela também acredita que a pressão popular contribuiu.
“O café do prefeito esfriou e, certamente, o ano eleitoral fez toda a diferença e a população se manifestou nas redes sociais e aqui, procurando cada um dos vereadores. Nós já sabemos que estão insatisfeitos com Emanuel Pinheiro há muito tempo, mas o ano eleitoral certamente foi decisivo nessa votação de hoje. E com relação à composição, que se forma por um grupo de pessoas que foram base por muito tempo, eu vou confiar nos meus colegas e acreditar que eles vão fazer uma condução justa”, avaliou a vereadora.
Para a vereadora Michelly Alencar (União), o ano de 2024 influenciou os votos dos colegas que pretendem ir à reeleição e, segundo ela, as provas mais robustas apresentadas pela denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MT) e demais órgãos fiscalizadores “encurralaram” a base do prefeito.
“Eu acredito que tenha influenciado e também a posição que o Ministério Público, a Justiça e o Tribunal de Contas do Estado conseguiram ter um posicionamento mais duro e mais crítico tenha influenciado os vereadores. Uma coisa é ter só os vereadores de oposição brigando, outra coisa é ter ao nosso lado, nesta briga, fatos claros e encorpados e provas do MP, TCE e da Justiça. Isso faz com que os vereadores fiquem encurralados. Eu acho que, além do momento, os fatos que foram só crescendo, como uma bola de neve, ajudaram”, avalia.
O autor da Comissão Processante, vereador Felipe Corrêa (Cidadania), analisa que “ruim para Câmara era continuar inerte” após o MP afirmar que Emanuel Pinheiro seria, supostamente, o líder de um esquema de corrupção na Saúde de Cuiabá.
“Eu acho que ruim para a Câmera ficaria se continuasse inerte, principalmente agora diante de uma acusação formal do Ministério Público de que o prefeito chefia uma organização criminosa na Saúde, conectando 16 operações. E sobre o período do ano eleitoral, eu acho que, na verdade, fica o aprendizado. [...] Cuiabá poderia ter se visto livre do prefeito Emanuel Pinheiro antes. Mas, antes tarde do que nunca”, opinou.