Base de Emanuel só aprovou Comissão Processante por causa da eleição, diz oposição

Base de Emanuel só aprovou Comissão Processante por causa da eleição, diz oposição Assessoria da Câmara de Cuiabá
Vereadores de oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara de Cuiabá reconhecem que a abertura da Comissão Processante só foi possível porque 2024 é um ano eleitoral e todos da base querem ser reeleitos. A abertura da comissão foi aprovada na manhã de terça-feira, 12 de março, com 16 votos favoráveis e 8 contrários. Antes disso, a base de Emanuel conseguiu barrar 16 pedidos semelhantes. Para a vereadora Maysa Leão (Republicanos) o ano eleitoral foi decisivo para que 16 vereadores concordassem com a abertura da comissão. Ela também acredita que a pressão popular contribuiu. “O café do prefeito esfriou e, certamente, o ano eleitoral fez toda a diferença e a população se manifestou nas redes sociais e aqui, procurando cada um dos vereadores. Nós já sabemos que estão insatisfeitos com Emanuel Pinheiro há muito tempo, mas o ano eleitoral certamente foi decisivo nessa votação de hoje. E com relação à composição, que se forma por um grupo de pessoas que foram base por muito tempo, eu vou confiar nos meus colegas e acreditar que eles vão fazer uma condução justa”, avaliou a vereadora. Para a vereadora Michelly Alencar (União), o ano de 2024 influenciou os votos dos colegas que pretendem ir à reeleição e, segundo ela, as provas mais robustas apresentadas pela denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MT) e demais órgãos fiscalizadores “encurralaram” a base do prefeito. “Eu acredito que tenha influenciado e também a posição que o Ministério Público, a Justiça e o Tribunal de Contas do Estado conseguiram ter um posicionamento mais duro e mais crítico tenha influenciado os vereadores. Uma coisa é ter só os vereadores de oposição brigando, outra coisa é ter ao nosso lado, nesta briga, fatos claros e encorpados e provas do MP, TCE e da Justiça. Isso faz com que os vereadores fiquem encurralados. Eu acho que, além do momento, os fatos que foram só crescendo, como uma bola de neve, ajudaram”, avalia. O autor da Comissão Processante, vereador Felipe Corrêa (Cidadania), analisa que “ruim para Câmara era continuar inerte” após o MP afirmar que Emanuel Pinheiro seria, supostamente, o líder de um esquema de corrupção na Saúde de Cuiabá. “Eu acho que ruim para a Câmera ficaria se continuasse inerte, principalmente agora diante de uma acusação formal do Ministério Público de que o prefeito chefia uma organização criminosa na Saúde, conectando 16 operações. E sobre o período do ano eleitoral, eu acho que, na verdade, fica o aprendizado. [...] Cuiabá poderia ter se visto livre do prefeito Emanuel Pinheiro antes. Mas, antes tarde do que nunca”, opinou.