COINCIDÊNCIA OU NÃO? Percival Muniz defende nome alternativo ao de Pedro Taques, enquanto o tucano Nilson Leitão sinaliza que pode disputar prévia para definir quem será o candidato do PSDB

Redação   O ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, que comanda o PPS em Mato Grosso e participou do grupo inicial que articulou o projeto que culminou com a eleição de Pedro Taques (então no PDT e à época senador da República), em 2014, defende hoje uma candidatura alternativa a de Taques dentro do grupo do qual o ex-orefeito exerceu um protagonismo forte, ao lado dos também ex-prefeitos Pivetta (Lucas de Rio Verde), Mauro Mendes (Cuiabá) e o então senador Jayme Campos, acompanhados de perto pelo senador Blairo Maggi, filiado então ao PR.   A posição de Percival reflete , em parte, “ruídos” de insatisfação - que, aliás, já estão sendo alvos de matérias na mídia estadual - dentro da base que formou o arco de alianças que deu sustentação política e eleitoral para Pedro Taques, naquelas eleições.   Além desses sinais de divergências entre aliados, que já não manteriam o mesmo entusiasmo da campanha em que Pedro Taques foi eleito governador, o ex-pedetista e agora tucano também enfrenta o chamado “fogo amigo” no PSDB, disparado pelo deputado federal Nilson Leitão, ex-presidente estadual da executiva desse partido no Estado.   Leitão estaria disposto  a enfrentar uma prévia interna com Pedro Taques no âmbito do PSDB, para escolher quem será o candidato tucano para disputar a sucessão estadual em outubro  deste ano.    Convenhamos: o deputado federal, mais do que críticas que ele vem pontuando contra o governador, faz agora uma declaração de confronto aberto.   Chama a atenção, nesse contexto, a coincidência( (?) da fala de Percival Muniz, defendendo outros nomes para concorrer ao Governo do Estado, com a “sinalização” de Leitão, de que pode disputar uma prévia com Taques.    Nesse cenário, não faltariam políticos ainda fiéis ao projeto de reeleição de Taques que defendem uma “corrida contra o relógio”, apressando a data que o governador se auto-impôs para falar de candidatura: a partir de março deste ano.    A cobrança de pressa nessa decisão faz sentido. A intenção visa abortar novas dissidências, além das que já são visíveis e estão escancaradas.   Em entrevista ao jornalista Pablo Rodrigo, do Diário de Cuiabá. Muniz afirma “O que está claro nas últimas movimentações, nas conversas que tenho participado e ouvido, é que o nome do governador Pedro Taques (PSDB) já não é consenso dentro do grupo. Cada dia que passa cresce o sentimento de que é preciso ter uma candidatura alternativa ao de reeleição ao governador. E isso está acontecendo dentro do grupo que se firmou em 2014”, afirma Taques.   Leia, na integra, a matéria estampada na edição do jornal Diário de Cuiabá, que cicula nesta terça-feira (16):   Leitão pode disputar prévia com Taques   PABLO RODRIGO ; Diário de Cuiabá   O líder do PSDB na Câmara Federal, deputado Nilson Leitão, pode se tornar mais um nome em alternativa ao projeto de reeleição do governador Pedro Taques (PSDB). Nas últimas semanas, vários lideranças partidárias, inclusive da base de sustentação de Taques, pediram que Leitão colocasse o nome a disposição ao governo para disputar com Taques as prévias dentro do ninho tucano. Com isso já são cinco nomes dentro do grupo do governador que são cotados ao Palácio Paiaguás.    Desde que rompeu com o governador, após ter o seu nome aprovado pela Executiva estadual da legenda para disputar uma das duas vagas para o Senado federal, Leitão vem dialogando com diversas lideranças partidárias na tentativa aglutinar apoiadores em um projeto único. Com isso diversos prefeitos e deputados já procuraram o deputado pedindo para que ele disputasse as prévias internas do PSDB com Taques.    Conforme o Diário apurou, Taques e Nilson Leitão chegaram a conversar na semana passada para tentar estancar a crise interna no ninho tucano. Porém, os dois não chegaram a assinar um tratado de “paz” para caminharem juntos.    O ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), que compõe o grupo que elegeu Taques em 2014, acredita que dentro do grupo, vem crescendo o desejo de uma candidatura majoritária sem a presença do governador. “O que está claro nas últimas movimentações, nas conversas que tenho participado e ouvido, é que o nome do governador Pedro Taques (PSDB) já não é consenso dentro do grupo. Cada dia que passa cresce o sentimento de que é preciso ter uma candidatura alternativa ao de reeleição ao governador. E isso está acontecendo dentro do grupo que se firmou em 2014”, disse Muniz ao Diário.    Além de Nilson Leitão, outro nome que vem ganhando força nos últimos dias é do vice-governador Carlos Fávaro (PSD). As duas últimas passagens pelo comando do governo deixou boa impressão aos aliados. Fávaro conseguiu impor uma agenda de diálogo e conseguiu por fim na greve do Detran, além de ter amenizado os atrasos nos repasses a diversas secretarias, impedindo assim a interrupção no fornecimento de comida para o sistema penitenciário do Estado, que poderia culminar em diversas rebeliões.    Além dos dois, os nomes do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (sem partido) e do ex-senador Jayme Campos (DEM) também são cotados para uma possível candidatura sem a presença do governador Pedro Taques.    Mauro Mendes ainda não se pronunciou se disputará o pleito deste ano. Mas nos bastidores vem acompanhando as últimas movimentações, além de analisar em qual partido deverá se filiar.    Já Jayme mantém a linha de que ainda é muito cedo para discutir o projeto eleitoral de outubro e que muita coisa poderá acontecer e mudar o rumo das articulações e negociações. Porém o democrata afirma que compõe a base apoio do governador, mas não descarta a possibilidade de compor uma chapa majoritária.    Outro nome que sempre é lembrado é do ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP). Mesmo liderando as pesquisas, Maggi já adiantou que disputará a reeleição ao senado.    Já o governador Pedro Taques diz que só falará em eleição a partir de março, mas está sendo convencido por aliados próximos de que precisa antecipar as discussões para evitar um possível isolamento político, inclusive dentro do próprio PSDB.