“DE PIRES NA MÃO”: Os eternos “gargalos” na saúde levam Taques, mais uma vez, a buscar socorro em Brasília

“DE PIRES NA MÃO”: Os eternos “gargalos” na saúde levam Taques, mais uma vez, a buscar socorro em Brasília taques19
Redação Os persistentes “gargalos” na saúde pública de Mato Grosso está levando o givernador Pedro Taques a recorrer por socorro, em Brasília, para onde segue nesta quarta-feira (17) de “pires na mão” para tentar a liberação de R$ 100 milhões de emendas parlamentares destinadas ao setor, além de buscar outras verbas.O caos generalizado na saúde já se tornou uma situação “endêmica” que ocorre, há anos, e vem precarizando o atendimento de rotina, e com frequência alarmante interrompe também o funcionamento em unidades hospitalares, a exemplo do que acontece agora com a suspensão de novas internações para tratamento intensivo (UTIs) por parte dos hospitais filantrópicos. A interrupção do serviço começou na última segunda-feira e atinge o Santa Helena, Hospital Geral, Santa Casa de Cuiabá e de Rondonópolis (250 quilômetros, são sul da capital).O governador, no entanto, garante que todos os repasses do Estado com os filantrópicos estão em dia, e lamenta que o atual problema na saúde decorre da falta de investimento por parte das gestões anteriores no setor. “Não investiram e não construíram hospitais, além da atenção básica que é primordial”, afirmou. Para atenuar essa situação, no tocante ao que se verifica na Capital, onde a pressão por atendimento é maior, até porque recebe pacientes de todo o interior de Mato Grosso, e até de Estados vizinhos, como Rondônia, ele diz que o Estado em parceria com a prefeitura de Cuiabá  está construindo o novo pronto-socorro, com capacidade de 315 leitos. A obra está com aproximadamente 90% dos serviços concluídos, mas ainda falta aquisição dos equipamentos. “Ai, nós vamos diminuir um pouco este problema. Nós, já estamos virando a chave da saúde. O que falta agora é dinheiro para pagar, mas eu não posso criar despesas que não cabem no orçamento”, disse.Responsáveis pelo atendimento de 80% dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), os hospitais cobram R$ 33 milhões em emendas, fruto de um acordo entre a Bancada Federal e o Governo do Estado, que assim como a Prefeitura de Cuiabá garante que os repasses aos filantrópicos estão em dia.Por outro lado, a presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos de Mato Grosso (Fehosmt), Elizabeth Meurer, alega que a falta de repasses compromete a continuidade e a qualidade dos atendimentos nas unidades. "Estamos devendo prestadores de serviços, funcionários e não temos mais condições de comprar os medicamentos de alto custo. Precisamos pagar as dívidas para termos condições de trabalhar”.Uma das situações mais críticas é a da Santa Casa de Misericórdia. Por lá, os enfermeiros e técnicos de enfermagem também paralisaram as atividades por conta do pagamento atrasado. A categoria está com três meses de salário atrasado e mantém somente os serviços essenciais ou 30% dos serviços. Ontem, eles protestaram e saíram em caminhada pelas ruas da capital.O Santa Helena e o Hospital Geral (HGU) também trabalham no limite. Em ambos os casos, são atendidos somente pacientes que já estavam internados. Já as cirurgias eletivas, que são aquelas agendadas por serem de baixa complexidade, deixaram de ser marcadas.