TJMT suspende pagamento de "Vale-Peru" de R$ 10.055 após determinação do CNJ

TJMT suspende pagamento de
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) se viu no centro de polêmicas após a suspensão do pagamento de um benefício conhecido como "vale-peru", no valor de R$ 10.055, concedido a magistrados e servidores. A decisão foi determinada pelo ministro Mauro Campbell Marques, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que considerou a quantia exorbitante. A medida do CNJ foi amplamente repercutida, recebendo críticas da mídia nacional e de usuários nas redes sociais, que apontaram a discrepância entre o valor do benefício e a realidade da maioria dos trabalhadores brasileiros. O TJMT possui 39 desembargadores, 285 juízes e mais de 6 mil servidores, o que totalizaria um desembolso superior a R$ 3,2 milhões apenas para o pagamento do "vale-peru". De acordo com a presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino da Silva, o pagamento não foi imediatamente suspenso após a notificação do CNJ, pois os valores já haviam sido encaminhados aos bancos para processamento. No entanto, a magistrada afirmou que medidas foram tomadas para garantir a devolução integral dos valores em parcela única por parte dos beneficiados. A Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) emitiu uma nota manifestando apoio à presidente do TJMT. A entidade destacou o compromisso da magistratura mato-grossense em cumprir as determinações do CNJ e ressaltou a ética e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos. “A AMAM reafirma sua confiança na liderança da desembargadora Clarice Claudino da Silva e na capacidade do Tribunal de Justiça de Mato Grosso de conduzir este processo de forma justa e eficiente, garantindo a integridade e a confiança da sociedade no sistema judiciário”, declarou a associação em nota oficial. Esta não é a primeira vez que o TJMT enfrenta críticas relacionadas a pagamentos de benefícios. Em 2023, o tribunal concedeu um bônus de R$ 6.900 a magistrados e servidores, o que também gerou ampla repercussão negativa. Segundo relatório do CNJ de 2024, o TJMT é o segundo tribunal do país com maiores gastos mensais com magistrados e servidores, ficando atrás apenas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A decisão do CNJ e a subsequente devolução dos valores pelo TJMT refletem a importância de uma gestão transparente e responsável dos recursos públicos. Em um país onde a desigualdade social ainda é uma realidade, a sociedade segue atenta à utilização do dinheiro público, cobrando austeridade e compromisso das instituições.