Justiça reconheceu erro de prisão de Thiago S. A, acusado de matar motorista por aplicativo

Justiça reconheceu erro de prisão de Thiago S. A, acusado de matar motorista por aplicativo
Justiça de Mato Grosso decidiu libertar Thiago da Silva Almeida, conhecido como TSA, após ele passar oito meses na prisão, acusado de ser responsável pela morte do motorista do aplicativo Jonas de Almeida Silva, homicídio ocorrido em março de 2019. A decisão ocorreu em dezembro de 2019, quando a Justiça acatou o recurso de defesa, liberando a prisão injusta, apesar da ausência de provas concretas contra o acusado. Durante a audiência que resultou na soltura da TSA, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 1a Vara Criminal de Várzea Grande, destacou que o caso teve forte influência do racismo estrutural. Em sua manifestação, o magistrado relatou que pessoas negras e pobres, muitas vezes, são equivocadamente identificadas como suspeitas, não apenas pelas autoridades, mas também pelas próprias vítimas. - FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui) “Muito provavelmente, talvez pelo apelido ou muito bem colocado pelo doutor Pitágoras, que infelizmente é uma prática talvez rotineira do nosso país da pessoa negra, da pessoa pobre, de muitas vezes ser confundida e ainda e aqui eu quero ainda dizer, não é que ela seja confundida só pelos meios estatais, como Polícia, Ministério Público ou Judiciário, mas sim pelas próprias vítimas, que muitas vezes, no afã em achar um culpado, lhe mostrando algumas pessoas, ela acaba falando 'é ela, é ela, é ela…'”, comentou o juiz. O advogado de defesa, Pitágoras Pinto de Arruda, também se manifestou sobre o caso, afirmando que a situação evidencia o racismo estrutural amplamente denunciado pela população negra. “Ficamos felizes com o restabelecimento do direito fundamental à liberdade, é claro, mas não tem como não se indignar com como o Estado criminaliza a cor da pele das pessoas.” Meu cliente ficou quase um ano detido, impedido de ver a família, de trabalhar, de ter lazer… ficou confinado à cela injustamente, numa prisão preventiva extensa e sem cometer crime”, declarou Pitágoras. Ele também ressaltou que diversos pedidos de revogação da prisão foram protocolados, mas todos foram negados até que finalmente a Justiça detectou o erro e decidiu pela liberação da TSA. O Caso. Jonas de Almeida Silva desapareceu no dia 26 de março de 2019, após sair para trabalhar como motorista por aplicativo. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, no porta-malas de seu carro, ambos carbonizados. As investigações levaram à prisão de sete pessoas, incluindo Thiago da Silva Almeida. No entanto, a TSA foi libertada após a Justiça reconhecer que ele havia sido preso injustamente, num processo marcado por falha de identificação.