Bolsonaro assume que financia estadia de Eduardo Bolsonaro nos EUA com PIX arrecadados por apoiadores

Bolsonaro assume que financia estadia de Eduardo Bolsonaro nos EUA com PIX arrecadados por apoiadores
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (14) que tem custeado a permanência do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos utilizando parte dos R$ 17,2 milhões arrecadados em 2023 por meio de doações via Pix. Os valores foram obtidos por apoiadores em uma campanha para ajudar a pagar multas aplicadas a Bolsonaro durante seu governo, como as referentes à circulação sem máscara durante a pandemia de Covid-19. Desde março, Eduardo está licenciado do cargo na Câmara dos Deputados e permanece nos EUA. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, o parlamentar justificou a decisão apontando o que chama de perseguição política contra ele e seu pai no Brasil, citando inclusive a possibilidade de prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, o deputado não foi indiciado nem denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura o chamado “golpe de 8 de janeiro”. “Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o Pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um judiciário parcial. Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho, um afastamento familiar”, disse Bolsonaro. Eduardo afirmou que permanecerá nos EUA para lutar pela anistia dos presos ligados à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, e que só retornará ao Brasil quando o ministro Alexandre de Moraes for punido por “abuso de autoridade”. Na época da licença, o deputado era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, um cargo estratégico que poderia facilitar uma aproximação institucional com o governo americano. A campanha de arrecadação via Pix, que somou R$ 17,2 milhões, foi divulgada nas redes sociais por ex-ministros e parlamentares aliados de Bolsonaro no início de 2023. Segundo dados do órgão de inteligência financeira, foram rastreadas 769.717 operações em seis meses, com doadores que variam desde empresários do agronegócio até escritores. A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87 mil nas contas do ex-presidente pelo não pagamento de multas aplicadas durante a pandemia, relativas a visitas feitas ao Estado em 2021. As multas foram uma das motivações para a campanha de arrecadação entre apoiadores.