Moradores da ocupação no Contorno Leste protestaram nesta segunda-feira em frente à Prefeitura de Cuiabá, cobrando uma solução para a situação fundiária da área invadida. O prefeito Abilio Brunini (PL) foi ao encontro dos manifestantes e afirmou que o levantamento feito pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) “não representa a realidade” das famílias que vivem no local.
Durante o ato, Abilio questionou os manifestantes sobre a pesquisa feita pela Setasc, que identificou que apenas 6% das famílias da área se enquadram em critérios para programas sociais. A multidão respondeu que não foi consultada. Diante disso, o prefeito sugeriu que os representantes legais da comunidade peçam ao Ministério Público a reanálise dos dados.
“O papel da Secretaria de Assistência Social do Estado, não da Prefeitura, foi ir até lá e identificar quem realmente precisava. Só que muitas pessoas disseram que não foram ouvidas. Então o que eu peço é que o advogado de vocês entre com esse pedido”, disse o prefeito.
Segundo ele, o levantamento identificou que algumas pessoas estariam morando em lotes de terceiros, ou pagando aluguel na área invadida, o que apontaria distorções no perfil de vulnerabilidade. Mesmo assim, Abilio afirmou que a Prefeitura está disposta a colaborar com a solução, inclusive discutindo a possibilidade de compra do terreno, desde que haja apoio do Governo do Estado e do Governo Federal.
A situação da área está sendo tratada por uma força-tarefa composta pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Ministério Público Estadual, Setasc e Prefeitura de Cuiabá. Abilio destacou que o município tem apenas um voto nas decisões do grupo, o que limita sua autonomia na resolução do caso.
Durante o protesto, moradores também mencionaram a entrega de mais de 800 cestas básicas na comunidade, realizada com apoio da primeira-dama Virginia Mendes. Apesar disso, a principal reivindicação segue sendo o direito à moradia regularizada.
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