Em meio às investigações conduzidas pela Polícia Civil de Mato Grosso sobre um suposto esquema de desvios de recursos públicos na execução de emendas parlamentares, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) declarou que está estudando formas de não utilizar mais emendas no futuro, diante da insegurança jurídica que envolve o processo.
“Nós não somos bancários, não estamos aqui para distribuir dinheiro para ninguém. Estamos aqui para legislar em favor do povo mato-grossense”, disse o deputado.
A polêmica teve início no mês passado, após uma matéria do portal UOL apontar 14 deputados estaduais, além de um prefeito e um secretário de Estado, que foram citados na chamada Operação Suserano, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), que apura um possível prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos na aquisição de kits agrícolas com recursos oriundos de emendas parlamentares.
Cattani destacou a fragilidade do sistema atual, argumentando que não é razoável que um parlamentar seja responsabilizado por eventuais irregularidades cometidas por terceiros na execução de suas emendas.
“Essa questão das emendas é muito delicada e nós precisamos de segurança jurídica para isso. Não é crível que um deputado destine uma emenda, alguém lá na frente faça alguma coisa errada e o deputado pague por isso”, pontuou.
Apesar das críticas, Cattani defendeu a lisura de sua atuação. “As minhas emendas eu fiscalizo, tanto que essa emenda citada nós fiscalizamos do começo ao fim e, no nosso entendimento, o que nós fizemos não tem nada de ilegal”, completou.
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