Seis meses após decretar calamidade financeira em Cuiabá, o prefeito Abílio Brunini (PL) afirmou que as medidas de contenção de despesas serão mantidas, mesmo com o encerramento formal do decreto. Em entrevista concedida na quinta-feira (3), o gestor destacou que a economia de R$ 300 milhões obtida pela atual gestão até agora não representa superávit, mas sim um alívio parcial diante de um passivo de curto prazo estimado em R$ 700 milhões.
“Termina o decreto, mas as medidas de contenção de despesas continuam. Porque a nossa economia, que está aproximadamente em R$ 300 milhões, ela não é uma economia de superávit, ela é uma economia ainda para abater déficit”, explicou.
O montante economizado, segundo ele, foi direcionado ao pagamento de dívidas herdadas da administração anterior, muitas das quais já estão sendo cobradas judicialmente. Entre os passivos não contemplados na Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, o prefeito citou o fornecimento de café da manhã em unidades públicas, o pagamento de salários atrasados e do 13º salário, além do funcionamento do Centro Médico Infantil.
Apesar do cenário fiscal adverso, a Prefeitura afirma ter mantido e até ampliado alguns serviços essenciais. “A gente acelerou o processo de tapa-buraco, limpeza de boca de lobo, não paramos os serviços da limpeza urbana, restabelecemos a coleta de lixo no município e demos ônibus gratuito aos domingos. São medidas que representam economia, mas também inovação na gestão”, disse.
A prestação de contas das ações implementadas no período de calamidade será formalizada na próxima quarta-feira (9), quando o prefeito entregará pessoalmente um relatório ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). O documento, segundo Abílio, trará dados sobre cortes de contratos, execução orçamentária e medidas de recuperação financeira adotadas desde o início do mandato.
“Vamos apresentar todos os dados ao TCE, à Câmara Municipal e à imprensa. Desde o início, temos mostrado diariamente onde o dinheiro está sendo aplicado. Vamos continuar assim”, afirmou.
A gestão também é alvo de questionamentos sobre contratos firmados neste primeiro semestre. Um dos pontos sob análise do TCE é o contrato de R$ 654 milhões com a empresa responsável pela operação do novo sistema de estacionamento rotativo em Cuiabá. A Corte de Contas já solicitou esclarecimentos sobre o acordo. Abílio disse que ainda não foi notificado oficialmente, mas que pretende prestar todos os esclarecimentos.
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