O ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), chegou por volta das 14h desta segunda-feira (7) à Câmara Municipal para prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no contrato do estacionamento rotativo da capital.
Acompanhado do advogado Francisco Faiad e do ex-vereador Renivaldo Nascimento (PSDB), que foi seu líder durante o mandato, Emanuel chamou atenção ao usar uma camiseta com os dizeres: “quem não tem visão da Casa Pronta, não suporta obra”. Antes de seguir para o plenário, conversou brevemente com a imprensa.
Questionado sobre a demora no início das obras, que apesar de assinadas em 2022 só começaram a avançar em 2025, o ex-prefeito afirmou que a execução precisou passar por processo de licenciamento antes da construção e garantiu que o cronograma está dentro do previsto.
“Está absolutamente dentro do prazo, com alguns atrasos normais e que deverão ocorrer. Alguns atrasos normais que é normal de toda obra de grande envergadura. Essa obra é um colosso. Olha o tamanho da obra, vai levar mais um ano, um ano e meio no máximo para ser entregue”, declarou.
Durante o depoimento, Emanuel solicitou autorização para exibir um vídeo institucional sobre o antigo Mercado Municipal. O vereador Ilde Taques (PSB) contestou a apresentação, alegando que não seria permitida no âmbito da comissão, mas o presidente da CPI, vereador Rafael Ranalli (PL), autorizou a exibição.
Ranalli abriu os questionamentos, perguntando qual seria a vantagem para a população cuiabana diante de um contrato milionário com validade de 30 anos. Emanuel defendeu o projeto e afirmou que a empresa CS Mobi apresentou a melhor proposta.
“E depois de 30 anos, essas melhorias vão ficar para o município de Cuiabá. O senhor não está pensando nisso? Parece que o mundo vai acabar em 2053, não”, respondeu.
Ao ser questionado sobre pontos específicos do contrato, o ex-prefeito disse não se lembrar dos detalhes e sugeriu que secretários e servidores da gestão fossem chamados para esclarecer as dúvidas.
O depoimento segue em andamento.
CPI do Rotativo
Instaurada em janeiro deste ano, a CPI foi proposta após o atual prefeito, Abilio Brunini (PL), levantar suspeitas sobre o contrato firmado durante a gestão de Emanuel. Abilio chegou a anunciar a intenção de romper o contrato com a empresa responsável pela Zona Azul, mas recuou diante do valor elevado da rescisão.
A comissão busca esclarecer as condições da contratação, a viabilidade econômica do projeto e os impactos para os cofres públicos.
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