Pivetta reúne Mauro, Blairo e Russi e garante candidatura em 2026

Pivetta reúne Mauro, Blairo e Russi e garante candidatura em 2026 REPRODUÇÃO

Na busca de estancar a desconfiança que paira quanto ao futuro político do atual grupo que comanda o Governo do Estado de Mato Grosso e confirmar a unidade em torno do nome de Otaviano Pivetta (Republicanos) como candidato natural à scessão, o governador Mauro Mendes (União Brasil) se reuniu, na noite de terça-feira (8), com o vice-governador, o presidente nacional dos Republicanos, Marcos Antônio Pereira, e várias lideranças políticas e empresariais locais.

O próprio Mauro Mendes teria no encontro de forma categórica se colocado como candidato a uma das duas vagas para o Senado da República, o que por si só já sinaliza pela candidatura de Otaviano Pivetta para governador de Mato Grosso liderando o grupo de fortes partidos e nomes consolidados, ou seja, com amplas chances de vitória.
Mauro sendo candidato, Pivetta automaticamente se torna governador do Estado e pela atual legislação eleitoral, mesmo já sendo vice-governador por dois mandatos (2019/2022 e 2023/2026) e tendo por várias vezes ocupado o Governo do Estado na ausência do titular, ele pode ainda disputar o cargo de chefe do Poder Executivo, o que lhe garante um plus a mais diante de possíveis adversários, pois como diz o ditado em política: A máquina é a máquina, fazendo alusão ao poder do Governo do Estado, tanto financeiro como eleitoral.

A confirmação da reunião, partiu do ex-senador Cidinho Santos, que assim como Blairo Maggi – que esteve presente - é filiado ao Partido Progressista (PP) que se encontra em processo de Federalização com o União Brasil, formando a União Progressista (UP), em entrevista por telefone ao Programa Resumo do Dia, apresentado pelo ex-deputado Roberto França. Cidinho confirmou o encontro e os presente juntamente com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Antônio Pereira, que teria reafirmado o comando da Federação para Otaviano Pivetta.

Algumas missões foram distribuídas aos presentes na reunião, sendo a primeira delas, procurar acomodar todas forças políticas envolvidas na futura disputa de 2026, pois são sete cargos majoritários, mas três com plenos poderes (governador e dois senador) e quatro com expectativa de poder (vice-governador e dois suplentes para cada senador) e aplacar uma série de descontentamentos políticos e administrativos já vivenciados e outros a serem vividos com a definição dos principais nomes.

No encontro, além do governador e o vice, Mauro Mendes (UB) e Otaviano Pivetta (Republicanos), o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi ainda no PSB, mas comandando o Podemos e em conversação com o PSDB, o suplente de senador Mauro Carvalho, presidente do PRD no Estado, os deputados Nininho, Walmir Moretto e Diego Guimarães todos Republicanos, os ex-deputados federais e pré-candidatos Adilton Sachetti e Neri Geller que trataram das expectativas na formação da Federação entre o Republicanos e o MDB e que também conversa com outras siglas e o compromisso em eleger Otaviano Pivetta para governador de Mato Grosso.

Na prática, a reunião reforça a candidatura já colocada, mas que ainda não convence, pela própria dinâmica do processo eleitoral ainda muito distante e por ter Otaviano Pivetta colecionado dissabores com uma série de crises de gestão e de falta de trato político, como a troca de acusações entre a deputada e futura presidente do MDB, Janaina Riva e o deputado federal e chefe da Casa Civil, Fábio Garcia por causa da liberação de emendas parlamentares.

Falando em emendas parlamentares, a última crise em que o vice-governador se viu envolvido e que ainda não foi superada diz respeito a denuncias que viraram investigações e inquérito policial que se encontra a caminho do Ministério Público e da Justiça por suposto desvio de finalidade na aplicação de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa endereçadas a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF/MT) que foi encaminhado aos órgãos de controle pelo vice-governador assim que teria sido informado da possibilidade do desvirtuamento na aplicação dos recursos públicos.

O problema, é que mesmo a maioria dos deputados não admitindo em público, mas nos bastidores é voz corrente de que o governador Mauro Mendes teria solicitado ao vice-governador que encaminhasse as denuncias, primeiro a Controladoria Geral do Estado (CGE/MT) e depois à Delegacia Especializada de Combate Corrupção (Deccor/MT).
Para piorar a situação, no decorrer das apurações pelos órgãos de controle uma série de falhas e de erros grosseiros do aparato fiscalizador, colocaram os deputados estaduais em rota de colisão com o vice-governador e que ainda precisa ser digerido.

Além disto, existe o fator Janaina Riva que a partir de agosto se torna presidente do MDB em Mato Grosso e até o presente momento, não admite recuar da disputa para uma das duas vagas para Senador da República, vagas hoje ocupadas pelos senadores Jayme Campos (União Brasil) e Carlos Favaro (PSD).
Aliás os nomes de Jayme Campos e de Janaina Riva estiveram a todo momento na roda de conversações e na intrincada busca por acomodações que parecem distante de serem concretizadas.

Cidinho Santos chegou a ser questionado por Roberto França como ficaria a situação do senador Jayme Campos que se encontra na parte final do seu mandato e demonstra estar preparado para disputar a reeleição ou se não tiver espaço no União Brasil por causa da candidatura de Mauro Mendes ao Senado, pode assumir a condição de candidato ao Governo do Estado, o que impediria o União Brasil de se coligar com Otaviano Pivetta e o Republicanos.

Cidinho negou a possibilidade do governador Mauro Mendes deixar o União Brasil, reafirmou o alinhamento de todo o grupo e assinalou que Pivetta vai construir sua candidatura e sentar com o senador Jayme Campos e discutir se o mesmo será candidato ao Senado ou ao governo do Estado.

“A tratativa aqui foi no sentido do governador Mauro Mendes e os demais presentes reafirmarem o compromisso com a candidatura de Otaviano Pivetta ao Governo do Estado, pela continuidade da atual gestão, mas uma decisão pessoal do governador pelo nome de Pivetta. As definições partidárias vão acontecer dentro dos prazos legais e junto aos partidos aliados”, frisou Cidinho que vê amplas possibilidades de todos serem contemplados, pois o interesse mútuo é por um Mato Grosso mais próspero para todos.
Ele ainda ponderou que o grupo acredita que serão em torno de seis candidaturas tanto ao governo do Estado como para as vagas de Senador da República, portanto, não descartando a possibilidade de embates eleitorais.

Emblemático e em ato falho, Cidinho quase tropeçou nas palavras ao assumir a candidatura de Mauro Mendes ao Senado e desconversou quando questionado se seria o primeiro suplente de Mauro Mendes ao Senado como ocorrido em 2010 com Blairo Maggi eleito senador da República para um mandato de oito anos, dos quais Cidinho cumpriu uma considerável parte no exercício do mandato.

O ex-governador Blairo Maggi, assim como Cidinho Santos em conversa telefônica com o Resumo do Dia, admitiu que todos saíram da reunião convencidos e arredondados com a necessidade de trabalhar pela eleição de Otaviano Pivetta.

“Precisamos aproveitar e manter por 12 anos o caminho do desenvolvimento acelerado que Mato Grosso e de prosperidade seguida. O PP vai estar na coligação e no apoio a Otaviano Pivetta”, declarou Blairo Maggi aproveitando para convidar Roberto França para um café e como diz lá no Paraná, aonde Maggi nasceu, para um “dedo de prosa”.

Por fim a terceira ligação foi com o próprio Otaviano Pivetta, vice-governador que admitiu que a reunião ainda estava em curso, “ainda está acontecendo com o presidente nacional do Republicanos, muitos amigos, deputados, ex-governador Blairo Maggi, governador Mauro Mendes, presidente da Assembleia Max Russi, discutindo o futuro. Estou muito feliz e lisonjeado. É um apoio de peso e precisamos continuar no caminho que é o melhor para Mato Grosso e para sua gente”, disse Otaviano Pivetta.
Ele foi mais longe ao frisar que vai continuar trabalhando por um Mato Grosso melhor e que nunca houve duvidas quanto ao apoio do governador Mauro Mendes com quem caminha desde 2010 quando Mauro disputou o Governo do Estado e ele a vice-governador, um sonho que acabou se concretizando em 2018 pela primeira vez e em 2022 pela segunda vez.

Resta ao grupo que se reuniu consolidar os entendimentos, pois conversa de cúpula quase nunca é bem assimilada pelas bases e evitar que os descontentes possam abrir conversações com outros partidos ou candidatos, lembrando que antes do processo eleitoral ainda é necessário saber e ver se as Federações irão se concretizar e qual será o tamanho da pressão nacional sob Mato Grosso, que nas duas últimas eleições deu clara demonstração de rejeitar a esquerda e apoiar a direita, que, no entanto, se tornou extrema-direita, perigosa e sob investigação de crimes contra a pátria, o que pode contaminar os resultados das eleições.

As movimentações das últimas horas podem até parecer isoladas, mas na realidade elas decorrem de uma série de fatores e outras conversas, como as que aconteceram do outro lado do Mundo, em Portugal durante a realização do 13o Fórum Jurídico de Lisboa, aonde se encontraram o governador Mauro Mendes, o governador por São Paulo e presidenciável pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas, os deputados Janaina Riva (MDB), Eduardo Botelho (UB) e Dr. João José de Matos (MDB) e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa.

Mas a conversa interessante e que está guardada a sete chaves foi da deputada e futura presidente do MDB, Janaina Riva (MDB) com o ex-presidente da República, Michel Temer e o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.

“Houveram boas conversas”, se limitou a dizer Janaina Riva ao confirmar as informações, mas não adiantando nada em termos eleitorais.

Outra questão a ser superada é o de Janaina Riva ser nora, ou seja, é casada com o Diógenes Fagundes, filho do senador Wellington Fagundes (PL), que também não dá demonstrações de recuar de sua disposição em disputar o Governo do Estado pelo PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, pegando uma promissora carona, já que está no meio do seu segundo mandato de senador da República, vaga conquistada concorrendo em 2022 na chapa então encabeçada pelo então candidato hoje governador reeleito, Mauro

Mendes que tentou nos últimos meses se filiar ou pelo menos filiar seu vice, Otaviano Pivetta no PL de Jair Bolsonaro, fato que não se tornou realidade, justamente por causa de Wellington Fagundes e de José Medeiros, os nomes mais próximos do ex-presidente que defende a candidatura de ambos para o Governo do Estado e para o Senado da República.

Adefinição de Mauro Mendes pela candidatura de Otaviano Pivetta resgata um compromisso tornado público por ele mesmo ao longo dos últimos anos.