Santa Casa pode ir a leilão, mas Abílio acredita na permanência da unidade

Santa Casa pode ir a leilão, mas Abílio acredita na permanência da unidade

Durante entrevista ao programa do deputado estadual Wilson Santos (PSD), o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), afirmou que acredita na permanência da Santa Casa de Misericórdia em funcionamento, mas reconheceu que o prédio histórico onde a unidade opera pode ser levado a leilão para pagamento de dívidas trabalhistas.

Criada em 1817, a Santa Casa completa 208 anos em 2025 e é considerada uma das instituições de saúde mais antigas de Mato Grosso. Atualmente sob gestão do Governo do Estado, a unidade enfrenta risco de encerramento das atividades diante da pressão judicial para quitação de cerca de R$ 50 milhões em passivos trabalhistas.

Durante a entrevista, Abílio reforçou que a crise financeira da Santa Casa começou na gestão anterior, do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Segundo ele, o atraso nos repasses à unidade causou o colapso da administração filantrópica, o que levou à intervenção do governo estadual em 2019.

“Na gestão do Emanuel, a Santa Casa fechou. Ele deixou de repassar recursos, os funcionários ficaram com três folhas em atraso. Houve manifestações, crise, até que o Estado interviu”, afirmou Abílio.

Nesta semana, o prefeito se reuniu com representantes do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que apresentou avaliação do prédio estimando o valor de R$ 70 milhões. Esse é o imóvel que pode ir a leilão, caso os valores devidos aos trabalhadores não sejam quitados.

Segundo Abílio, o processo seguirá uma ordem de prioridade: primeiro, o Governo Federal será consultado sobre eventual interesse em adquirir o prédio. Em seguida, o Governo do Estado poderá se manifestar. Só depois disso é que a Prefeitura de Cuiabá terá a oportunidade de apresentar uma proposta de compra.

A possibilidade de federalização da Santa Casa foi levantada pelo deputado federal Emanuelzinho (MDB), que entregou ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um pedido de estudo técnico para que o Governo Federal assuma a gestão da unidade. O ministro se comprometeu a analisar o caso.