Wilson Santos alinha com Polícia Ambiental audiência para tratar das denúncias de catadores de iscas

Wilson Santos alinha com Polícia Ambiental audiência para tratar das denúncias de catadores de iscas ASSESSORIA

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) apresentou o Requerimento nº 426/2025 para obter esclarecimentos sobre os fundamentos jurídicos e técnicos da “Operação Isca Viva” e, nesta quarta-feira (30), reuniu-se com o comandante do Batalhão da Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA-MT), tenente-coronel Fagner Augusto do Nascimento, para alinhar a pauta e confirmar a realização de audiência no dia 12 de agosto, às 14h, na Assembleia Legislativa.

O parlamentar explicou que recebeu denúncias de catadores de iscas vivas e proprietários de estabelecimentos comerciais que atuam na coleta e comercialização desse tipo de recurso pesqueiro. Segundo os relatos, ocorreram violações de direitos nas abordagens e apreensões durante a operação policial. “Este convite é para uma conversa orientativa, de preferência com os catadores de iscas. Recebemos reclamações muito bem identificadas, com local, data e circunstâncias. O melhor caminho é sentarmos e compreendermos ambos os lados para as devidas providências”, declarou.

Entre os casos relatados, o deputado citou um episódio na região da barragem do Manso, em que a polícia ambiental teria exagerado nos tratos com pescadores. Outro registro envolve abordagens em Barão de Melgaço e Santo Antônio de Leverger, onde catadores também relataram condutas excessivas. O tenente-coronel Fagner Augusto pontuou que, embora a fiscalização nem sempre seja bem recebida, a corporação atua com base na legalidade e está aberta ao diálogo.

“Em relação aos catadores de iscas, obviamente, ninguém sai feliz após uma fiscalização e a gente compreende. Estamos aqui para aplicar a legislação. Claro, não estamos imunes a erros. Veja a Polícia Militar como uma grande parceira que busca atuar com ética, comprometimento e eficiência”, afirmou.

Wilson Santos destacou que a Lei Estadual nº 12.434/2023, conhecida como “Transporte Zero”, proíbe o transporte, armazenamento e comercialização de pescado, mas não veda a captura de iscas vivas. “Talvez o governo estadual não tenha deixado clara a legislação vigente. No caso das iscas, não há limite de tamanho ou quantidade. Isso nunca foi minimamente explicado e, às vezes, o policial pode chegar sem essa informação, o que acaba provocando conflitos, especialmente quando o pescador está alterado diante de uma apreensão. Já basta a proibição das espécies comercialmente mais procuradas, que afetou a renda de muitas famílias”, pontuou.

Fagner Augusto agradeceu a visita de Wilson Santos, reconheceu a importância do alinhamento institucional e reforçou que a corporação está empenhada em avaliar seus processos e condutas. “É uma honra receber o deputado que representa a população por meio da Casa de Leis. Sabemos que o meio ambiente e a causa social são pautas essenciais para Mato Grosso”, destacou.

O comandante ressaltou que a Polícia Ambiental busca constantemente reavaliar sua atuação e manter o alinhamento com a legislação. “É muito importante ver esse engajamento do deputado. Isso mostra que ele realmente se preocupa com a causa. A discussão é válida. Lidamos com diferentes grupos sociais e interesses diversos todos os dias e temos o compromisso com a Assembleia Legislativa e com toda a população mato-grossense”, reforçou.

Fagner esclareceu ainda que, embora o Batalhão Ambiental atue em ações de fiscalização, a “Operação Isca Viva” foi conduzida pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema) com a participação também da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). “São vários entes envolvidos. O Estado é um só e não nos esquivamos da responsabilidade. É fundamental ter esse esclarecimento. É o nosso dever. Pode contar conosco como parceiros da Assembleia. Estamos juntos”, concluiu.

Além da Polícia Ambiental, também serão convidados as comunidades ribeirinhas e pesqueiras tradicionais de Mato Grosso e os representantes da Sema e da Dema da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC-MT). Além do tenente-coronel Fagner Augusto, participaram da reunião a capitã Gislaine Pazeto, a major Polyana Jorge de Souza Machado do Batalhão Ambiental.