A Justiça de Mato Grosso determinou que o julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de estuprar e assassinar brutalmente uma mãe e suas três filhas em Sorriso, não será transmitido ao vivo nem poderá ser gravado por terceiros.

O júri popular está marcado para esta quinta-feira ,07, às 8h30, no Fórum da cidade, sob regras rigorosas estabelecidas pelo juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal.

A decisão, publicada na última quinta-feira,31, foi tomada para garantir o equilíbrio entre a publicidade dos atos processuais princípio previsto na Constituição e a proteção à imagem e dignidade das vítimas, três delas vítimas também de violência sexual.

Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliani, de 19, Manuela, de 13, e Melissa, de 10, foram assassinadas entre os dias 24 e 25 de novembro de 2023.

Apesar do processo tramitar sob segredo de Justiça, o magistrado autorizou o acompanhamento presencial do julgamento por familiares das vítimas, autoridades, jornalistas e profissionais diretamente ligados ao júri, desde que previamente cadastrados até esta terça-feira,05, via e-mail institucional do Tribunal de Justiça. No entanto, gravações de vídeo ou áudio estão terminantemente proibidas dentro do plenário.

Apenas a assessoria de imprensa do TJMT poderá captar imagens e, posteriormente, repassá-las aos veículos de comunicação, em material editado e controlado.

A decisão judicial também estabelece que as atualizações sobre o julgamento sejam feitas fora do plenário e veta qualquer tipo de manifestação pública durante a sessão, especialmente de autoridades, para evitar politização do caso.

A Polícia Militar de Sorriso e a coordenadoria militar do TJMT foram acionadas para reforçar a segurança no entorno e no interior do fórum.

A defesa do réu, feita pela Defensoria Pública, tentou transferir o julgamento para outra cidade, alegando risco à integridade física de Gilberto e possível parcialidade dos jurados. O pedido foi negado, e o julgamento será mantido em Sorriso, onde ocorreu o crime.

Gilberto dos Anjos responde por homicídio qualificado e estupro de vulnerável.

Com relação às vítimas adultas, o crime tem quatro qualificadoras: feminicídio, meio cruel, recurso que dificultou a defesa e para assegurar a execução de outro crime. No caso das meninas menores de 14 anos, pesa ainda o agravante da idade.

Em depoimento à polícia, ele confessou ter invadido a casa pelo banheiro e assassinado cada uma das vítimas com golpes de faca e por asfixia. Enquanto agonizavam, estuprou três delas. Melissa, a mais nova, não foi violentada sexualmente.

O réu tem um histórico de crimes violentos. Em maio deste ano, foi condenado a 17 anos e três meses de prisão pelo homicídio do jornalista Osni Mendes Araújo, em Mineiros (GO), ocorrido em 2013.

Já em março, recebeu pena de 22 anos, sete meses e dez dias por estupro, tentativa de feminicídio e agressão contra duas mulheres em Lucas do Rio Verde, em setembro de 2023 dois meses antes da chacina da família Calvi.

(com JB NEWS)