Prestes a completar dois meses do assassinato da terapeuta capilar Gleici Keli Geraldo de Souza, morta a facadas pelo marido em Lucas do Rio Verde, a filha mais velha da vítima, Caroline Fernandes, fez um desabafo emocionante nas redes sociais. A jovem voltou a se posicionar contra a versão de que o autor do crime, Daniel Bennemann Frasson, teria agido em meio a um “surto psicótico”.
Em publicações recentes, Caroline afirmou que convive diariamente com comentários sobre o feminicídio, alguns verdadeiros e outros mentirosos, e que não poderia mais se calar. Ela relembrou que a mãe estava em uma fase de conquistas pessoais e profissionais, planejando expandir seus negócios e até viajar a Paris em setembro para conhecer fábricas de cosméticos. Também estava confirmada como palestrante em um congresso em São Paulo.
Para Caroline, a violência não foi fruto de impulso, mas de ódio. “Se problema psicológico fosse desculpa para assassinato, não haveria mais ninguém preso. Surto é sair nu na rua, não esfaquear alguém dezenas de vezes”, escreveu. A jovem destacou ainda a crueldade contra a irmã de apenas 7 anos, atingida por oito facadas enquanto dormia ao lado da mãe.
No relato, Caroline contou que foi a primeira a entrar na casa após o ataque, presenciando a cena brutal, e também a responsável por socorrer a irmã até o hospital. “Não foi uma briga. Minha mãe estava dormindo. Sem chance de defesa. Cabeça, pescoço, tórax, abdômen. Ela tentou reagir até o fim. Era uma leoa”, afirmou.
A filha disse que a tragédia deixou marcas irreversíveis na família. Recordou o impacto de precisar contar à irmã pequena que não veria mais a mãe, as dificuldades enfrentadas pela avó e pela tia, além da dor de passar pelo velório sabendo que a mãe não poderia mais participar dos momentos importantes da vida das filhas.
Caroline encerrou o desabafo rejeitando qualquer tentativa de justificar o crime com a tese de surto. “Desejo a ele e a todos os assassinos vida longa, para que acordem todos os dias lembrando do que fizeram. O surto passa. O que ele fez, não.”
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