TJMT manda refazer processo e mãe de Emelly protesta: “Ela tem que pagar pelo que fez”

TJMT manda refazer processo e mãe de Emelly protesta: “Ela tem que pagar pelo que fez” Reprodução

A decisão da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que anulou a pronúncia e determinou exame de sanidade mental para a ré Nataly Helen Martins Pereira, provocou forte reação da família de Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos. A mãe da adolescente, Ana Paula Peixoto de Azevedo, liderou um protesto em frente ao Fórum de Cuiabá e cobrou que a Justiça não permita que a autora confessa do crime escape do Tribunal do Júri.

A manifestação ocorreu após o TJMT atender o pedido da defesa de Nataly, que alega possível incapacidade mental da ré. Com isso, o processo volta à 14ª Vara Criminal para realização de perícia psiquiátrica, etapa que pode atrasar ou até alterar o encaminhamento para julgamento popular.

Indignada, Ana Paula classificou a decisão como um retrocesso. Segundo ela, as provas reunidas durante a investigação demonstram que o crime foi planejado, sem qualquer indício de incapacidade no momento dos fatos. Em abril deste ano, Nataly atraiu Emelly com promessa de doações, a asfixiou e retirou o bebê de seu útero ainda com vida. Depois, tentou registrar a criança como sua filha.

“Agora essa mulher pode simplesmente passar o resto da vida em uma clínica. Isso é errado, estou indignada”, afirmou a mãe. Em outro momento, ela reforçou que não acredita na tese de insanidade. “Essa mulher tem que pagar, porque ela premeditou, ela planejou e agora vem falar que ela é louca, ela nunca foi louca.”

A família teme que o novo encaminhamento resulte em impunidade, caso o laudo psiquiátrico conclua pela inimputabilidade da ré. Para Ana Paula, a dor se agrava ao pensar na neta, que sobreviveu após ser retirada do ventre da mãe. “A minha neta está bem, mas um dia a gente vai ter que contar porque ela não tem a mãe dela. É algo que a gente tem que preocupar para o futuro.”

Com o protesto, os familiares exigem que Nataly seja responsabilizada integralmente pelos crimes. “Que ela fique atrás das grades para que reflita o mal que causou à minha família”, cobrou a mãe da vítima.

O caso segue aguardando a nomeação de peritos e os próximos atos da 14ª Vara Criminal, que deverá conduzir o incidente de insanidade antes de decidir se a ré irá ou não a júri popular. 


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