Justiça mantém prisão de empresários acusados de mandar matar advogado em Cuiabá

Justiça mantém prisão de empresários acusados de mandar matar advogado em Cuiabá Reprodução

A Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva dos empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, acusados de ordenar o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, executado em julho de 2024, em Cuiabá. A decisão, assinada pelo juiz João Bosco Soares da Silva, da 14ª Vara Criminal, foi proferida nesta quarta-feira, 26 de novembro, e também negou pedido de absolvição sumária apresentado pela defesa.

O magistrado afirmou que o processo contém indícios consistentes sobre o envolvimento do casal na morte do advogado, o que impede qualquer absolvição antecipada. Segundo a decisão, depoimentos colhidos ao longo das investigações, ameaças prévias contra a vítima e a disputa por terras reforçam a tese de que o crime foi encomendado.

Renato Nery foi atingido na cabeça no dia 5 de julho de 2024 ao chegar a seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. O homicídio teria ocorrido em meio a um conflito fundiário que vinha sendo discutido judicialmente. Além do casal, os policiais militares Jackson Pereira Barbosa e Ícaro Nathan Santos Ferreira foram denunciados por participação no planejamento e execução.

A defesa da empresária argumentou fragilidade das provas e pediu absolvição sumária. Já a defesa de Sechi tentou reverter a prisão sob alegação de encerramento da fase investigatória. Nenhum dos pedidos foi acatado. O juiz registrou que eventuais discussões sobre força probatória só podem ser analisadas no momento oportuno e que a gravidade do crime impede qualquer flexibilização das medidas cautelares.

A Justiça também rejeitou o recambiamento solicitado pela defesa do policial Jackson, que buscava transferência para unidade militar em Cuiabá, Rondonópolis ou Poxoréu. A decisão destacou que a permanência onde está custodiado atende ao interesse da ordem pública, especialmente após apreensões de celulares em ambiente prisional que demonstraram facilidade de comunicação indevida.

O processo segue para instrução com novas oitivas e análise das provas já anexadas. A expectativa é que o caso seja levado a júri popular.