As correntes “olavista”, formada por seguidores do escritor Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, e a representada por militares que assumiram cargos na pasta, além da constituída pelos chamados técnicos e profissionais do ensino, desde a posse do atual governo bolsonarista vêm travando uma disputa por espaços em postos estratégicos e influência pedagógica, política e administrativa na educação brasileira que pode culminar com a demissão do ministro do órgão, o colombiano naturalizado brasileiro Vélez Rodriguez. Sem falar – o que é muito pior – no atraso que essa “escuridão” obtusa pode trazer para os mais diversos níveis de formação educacional no país.FogueiraApós a sinalização do presidente Jair Bolsonaro (PSL) dada nesta sexta-feira, 5, de que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, pode ser demitido na segunda-feira, o escritor Olavo de Carvalho, que é influente no governo, disse em seu perfil no Facebook que não irá lamentar a suposta demissão do ministro. "Conheci o Prof. Vélez por seus livros sobre a história do pensamento brasileiro, publicados mais de vinte anos atrás. Nunca tomei conhecimento das suas obscenas tucanadas e clintonadas, que teriam me prevenido contra seu comportamento traiçoeiro", escreveu Olavo, para então concluir: "Não vou fazer nada contra ele, mas garanto que não vou lamentar se o botarem para fora do ministério". O guru bolsonariano, com o seu comentário, coloca mais lenha na fogueira em que o ministro está sendo “fritado”.Ele que, caso tivesse o mínimo de “desconfiômetro” já era para ter percebido que, embora há pouco tempo no governo, o seu “prazo de validade” já se esgotou no staff do capitão Jair Bolsonaro.Para poupar constrangimentos de uma demissão, tão logo perdeu o apoio de Olavo de Carvalho, “eminência parda” fortíssima no clã Bolsonaro e foi (Olavo) quem o indicou para o cargo na Esplanada dos Ministérios, já era para Vélez ter “pego o boné” e ido embora...E não estaria impotente, assistindo um vergonhoso conflito entre alas militaristas, técnicas e olavistas dentro do MEC.O sinal de que Ricardo Vélez Rodriguez “está no sal”, como se diz, foi dado nesta sexta-feira, em café da manhã com jornalistas, pelo próprio Bolsonaro. Ele "não está dando certo", pontuou o presidente. "É uma pessoa bacana, honesta, mas está faltando gestão, que é uma coisa importantíssima", disse o presidente, marcando para a próxima segunda-feira, 8, a decisão sobre a "situação da Educação".Já está passando da hora!