Em que pese Mato Gosso, isoladamente, ser a unidade federativa que mais contribui com a balança comercial brasileira no setor de exportações do agronegócios, o Estado, ao longo de décadas, pouco vem recebendo em termos de contrapartida da União (leia-se Governo Federal) por essa contribuição que gera superávits para o país no intercâmbio de compra e venda de produtos com outras nações.Agora, para piorar essa situção, o governo de Jair Bolsonaro, quando se esperava que olhasse com mais carinho para Mato Grosso – quando nada, por se tratar do Estado mais “bolsonarista” do país e que deu uma das maiores votações para o atual presidente -, simplesmente alega que não tem dotação orçamentária e nem recursos para pagar R$ 450 milhões que deve ao Estado, a título de compensação pela perda de arrecadação que Mato Grosso tem com os produtos agropecuários destinados ao mercado externo e que são isentos de tributação.Essa falta de perspectiva quanto ao dinheiro do chamado FEX, que está atrasado desde 2018, seja pago este ano já fez com que o governador Mauro Mendes (Dem), que apoiou e votou em Bolsonaro, a exemplo da grande maioria da classe política local, “jogasse a toalha” com relação à possibilidade de receber esse recurso nos próximos meses.É o próprio Mendes que, em entrevista à Imprensa da Capital, explica que mesmo após as diversas idas a Brasília e conversas junto ao Governo Federal,  já dá como certo o não recebimento do Fundo de Auxílio à Exportação (FEX) 2018, estimado em mais de R$ 450 milhões. “Todas as conversas que tivemos, e foram muitas – fui muitas vezes a Brasília - deram a impressão que é muito difícil, quase que impossível, o FEX 2018. Não tem orçamento, o Governo Federal diz que não tem recurso, e não tem mecanismo para pagar. O FEX 2018 está praticamente eliminado de ser pago por parte do Governo Federal”, afirmou o governador.  “Existe nesse momento – prossegue Mauro Mendes - um trabalho árduo feito pelos governadores e bancada federal. O deputado Neri Geller tem feito um trabalho muito importante junto à frente parlamentar da Agricultura”, disse.O Congresso Nacional está debatendo uma nova legislação para que o pagamento do FEX seja obrigatório pela União. A expectativa é de que o projeto seja apresentado e aprovado para que os governos não precisem mais ficar com “pires na mão”. “Pode ser que vigore para 2019 ou talvez, só em 2020 em diante”, afirmou o governador.