SOBRA VIOLÊNCIA EM COLNIZA: “Sargento Rodolfo”, presidente da Câmara pode ser afastado por corrupção e responder ação penal; ele também foi denunciado por ex-prefeito assassinado

REDAÇÃO O município de Colniza (1065 Km de Cuiabá) vem sendo palco de violência política e contra trabalhadores rurais, vítimas de constantes maus tratos e até chacina de nove posseiros, ocorrida em 19 de abril de 2017 e que obteve repercussão nacional e internacional.   Já na seara política, um crime chocou a opinião pública local e do Estado: o assassinato do então prefeito Esvandir Antonio Mendes, assassinado a tiros em dezembro. último   Agora, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso requereu nesta quinta-feira (15/02) o afastamento cautelar do presidente da Câmara Municipal de Colniza, Rodolfo César Andrade Gonçalves, conhecido como “Sargento Rodolfo”. O pedido liminar consta em ação civil pública proposta contra o parlamentar por ato de improbidade administrativa. O vereador  também responderá  a ação penal por  falsidade ideológica.De acordo com o MPE,  o “Sargento Rodolfo”  é acusado de emitir declaração falsa em quatro documentos (Edital de Convocação 011/2017, Portaria 065/2017, Ofício 0176/2017 e Edital de Convocação 012/2017)  com intuito de assegurar a realização de sessão extraordinária para votação da cassação do então prefeito da cidade, Esvandir Antonio Mendes, assassinado em 15 de dezembro do ano passado. A sessão estava agendada para o dia 16 de dezembro.Segundo consta na ação, os atos administrativos assinados pelo presidente da Câmara foram datados em 13 de dezembro de 2017, no mesmo dia em que ele se encontrava em Cuiabá em reunião com o Governador do Estado e o então prefeito de Colniza. A convocação dos parlamentares para a sessão extraordinária, conforme o MPE, ocorreu antes mesmo do recebimento do parecer final da comissão processante, o que leva a crer que os documentos foram assinados antes da viagem do presidente da Câmara para Cuiabá.“O presidente da Câmara já havia antecipado ato administrativo antes mesmo da conclusão do Relatório Final da Comissão Processante, invertendo ordem lógica do procedimento”, diz a ação do MPE.Segundo o Ministério Público, a Lei determina que, após a conclusão do Relatório Final da Comissão Processante, seja aberta vista do processo ao denunciado para razões escritas no prazo de cinco dias. Além disso, o relatório final deveria ter a assinatura de todos os integrantes da comissão, o que também não ocorreu. O documento foi assinado apenas pelo relator da Comissão, vereador Clínio Tomazi, que atualmente está afastado das funções por determinação judicial proferida em Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público.INVESTIGAÇÃO: Três meses antes da sua morte, ocorrida em 15 de dezembro de 2017, o ex-prefeito Esvandir Antônio Mendes esteve na Promotoria de Justiça de Colniza e declarou ter sofrido ameaças, revelando interesse do presidente da Câmara na sua cassação. No primeiro ano de seu mandato, o ex-prefeito de Colniza respondeu a três processos de cassação pela Câmara de Vereadores.