Estados vizinhos da Bolívia e Paraguai alertam que não adianta combater tráfico nos morros cariocas se as fronteiras não forem “blindadas”
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18/02/2018 - 17:59
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RedaçãoOs governadores de Mato Grosso, Pedro Taques, de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e de Rondônia, Confúcio Moura, que administram Estados com extensas faixas fronteiriças com o Paraguai (caso de MS) e com a Bolívia, têm feito constantes apelos ao Governo Federal alertando para o risco de se manter essas áreas vulneráveis, apenas policiadas pelos aparatos de segurança pública locais que, por mais que se esforçem – conforme é o caso do Gefron em MT - não dão conta de vigiar territórios fronteiriços tão extensos sem o apoio mais ostensivo da União.
Essas “portas” para entrada de drogas e armas que abastecem quadrilhas dos grandes centros urbanos do país – a exemplo do Rio de Janeiro – também agravam os índices de criminalidade nas capitais e cidades desses três Estados limítrofes com o Paraguai e a Bolívia.
Com cerca de 1,5 mil quilômetros de fronteira seca com Paraguai e Bolívia, Mato Grosso do Sul é um dos principais corredores de entrada de drogas e armas que abastecem criminosos que atuam no Rio de Janeiro, Estado que vive um caos na segurança pública e onde o presidente Michel Temer (MDB) autorizou intervenção federal na última sexta-feira (16).Em Mato Grosso, que possui quase 800 Km de fronteira seca com a Bolívia, a situação, embora esteja mais controlada, não é confortável em termos de segurança.O Chefe do Executivo Sul-mato-grossense, Reinaldo Azambuja (PSDB), foi dos governadores ouvidos pela reportagem do Jornal O Globo neste domingo (18), em matéria sobre o temor de que a tervenção federal no Rio provoque uma migração de bandidos para outros Estados.O tucano voltou a enfatizar a necessidade do governo federal reforçar a segurança na extensa faixa fronteiriça de Mato Grosso do Sul e demais Estados vizinhos, como Mato Grosso e Rondônia.“Já apresentamos projeto neste sentido ao Ministério da Justiça, e entendemos que não adianta combater o problema da droga nos morros do Rio e nos grandes centros se não blindarmos as nossas fronteiras”, disse Azambuja ao Jornal O Globo.O jornal citou um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) que mostram que Mato Grosso do Sul foi responsável pela apreensão de um quarto da droga apreendida no Brasil em 2016.O governador de Rondônia, Confúcio Moura (MDB), que junto com Reinaldo e Pedro Taques faz parte do Fórum de Governadores do Brasil Central, também reclamou da falta de segurança na fronteira (lá, são 1,2 mil km de fronteira com a Bolívia).“Estamos completamente desguarnecidos. Há circulação livre de barcos para lá e para cá. Precisamos descontingenciar recursos para botar as Forças Armadas nas fronteiras”, frisou Moura.Para os governadores da região, o mais importante para o governo federal é combater o crime organizado na fronteira com países produtores de drogas.Em janeiro, Reinaldo publicou um artigo no Jornal Folha de São Paulo onde chegou a cogitar a possibilidade da União fechar as fronteiras, como forma de combater a entrada ilegal de armas e drogas. O tucano destacou que o Estado gasta R$ 127,3 milhões ao ano com presos pelo tráfico e que a construção de presídios não é uma “solução definitiva”.“Nossas fronteiras estão escancaradas, potencializando Mato Grosso do Sul como corredor do narcotráfico. Os altos índices de crimes não resultam só no estrangulamento do sistema carcerário, mas contribuem também para a hipertrofia do sistema judiciário”, argumentou à época o governador.Com informações do Midiamax