OPERAÇÃO BERERÉ: Botelho diz que foi sócio de empresa, mas afirma que saiu assim que Silval entrou
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20/02/2018 - 17:51
Dep. EB
Redação
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (PSB), reconheceu que foi sócio da empresa envolvida nas investigações do esquema do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), denominadas de "Operação Bereré", mas enfatizou que tão logo percebeu que as coisas não caminhavam bem, afastou-se da sociedade.O parlamentar admitiu que o seu erro foi demorar para sair da empresa e que sabia que havia algum tipo de problema na medida em que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), colocou um sócio na empresa."Participei realmente de uma empresa, declarei no imposto de renda. Não tem nada obscuro no contrato. Tudo está declarado. Entrei neste contrato em setembro, de fato, e sai em julho de 2012, quando não recebi mais nada. O contrato, pelo que entendi, não tinha nada de ilegal. Era uma prestação de serviço que vinha sendo feita no Brasil inteiro, entramos como investidores", afirmou o parlamentar.Segundo Botelho, quando o ex-governador Silval entrou, "houve uma pressão muito grande e parte desta empresa foi passada para um representante do ex-governador, como consta na delação. Isso está no contrato social. Era algo em torno de 30%. Comecei a me sentir mal com isto, passei a discutir a minha saída da empresa. Sabia que estava errado, não estava me sentindo bem", garantiu.Conforme o presidente do Poder Legislativo, esse foi um erro em sua vida. "Isso veio me atormentando. Sou empresário há 30 anos, e fiquei pouco tempo nesta empresa. Foi uma mancha eu ter entrado. Quando entrou esse pessoal, deveria ter saído no mesmo momento", ponderou.Eduardo Botelho negou que seja um líder de organização criminosa, como foi apontado na denúncia. Acrescenta que nunca participou de conversas com os acusados sobre o fato e que politicamente não foi e nem será afetado com isto. Recordou que seu mandato começou em 2015."Sai da empresa em 2012. Não era deputado, filiado a partido, nada. Nunca estive à frente da empresa. Na delação não tem citação de nenhuma discussão comigo. Entrei como investidor, fui convidado e nada mais. Pretendo continuar com a cabeça erguida e fazendo uma boa gestão. Se eu vou continuar ou não, é uma decisão que vou analisar com minha família".Na operação Bereré, deflagrada pelo Gaeco na segunda-feira (19), foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa dos deputados Mauro Savi e Eduardo Botelho (PSB). O ex-deputado federal Pedro Henry é outro alvo do Gaeco. Ao todo, 49 pessoas, entre políticos, empresários e agentes públicos são investigados pela operação.A ação é um desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o "Doia".