RedaçãoO ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, pode ser convocado por CPI para esclarecer pagamentos do “mensalinho” a parlamentares estaduais à época em que Silval Barbosa governava Mato Grosso. A CPI do Paletó que investiga o recebimento de propinas pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), começa a “render panos pras mangas”, como se diz, ou seja,  aprofunda na apuração do  escândalo que envolve filmagam do chefe do Executivo cuiabano recebendo maços de dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete do Governo do Estado, Sílvio Cézar.    O flagrante resgistrado em vídeo ocorreu na gestão do então governador Silval Barbosa e quando Emanuel Pinheiro era deputado estadual. A CPI do Paletó, conforme está sendo chamada, ouviu o ex-governador na semana passada e ocasião em que ele confirmou que era extoriquido por parlamentares, que cobravam quantias mensais para dar sustentação política ao seu governo.Após essa oitiva, a CPI analisa na próxima quarta-feira (28) uma série de requerimentos feitos pelos vereadores. Entre eles, estão a convocação do irmão do prefeito, Marco Polo Pinheiro, o Popó, além do ex-deputado estadual José Geraldo Riva e do deputado Adalto de Freitas, o "Daltinho".Segundo o vereador Marcelo Bussiki (PSB), presidente da CPI, a presença do prefeito na Comissão é importante para elucidar a questão envolvendo as imagens onde ele aparece recebendo dinheiro no gabinete do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa. Em sua defesa, Emanuel Pinheiro vem alegando que o dinheiro era referente a uma dívida do ex-chefe do executivo estadual com seu irmão, relativo ao pagamento de pesquisas eleitorais.“O Silvio e o ex-governador Silval Barbosa esclareceram bem sobre o pagamento de propina. O dinheiro foi de corrupção. Agora o Emanuel Pinheiro tem que vir. Ninguém melhor do que ele para esclarecer aquele vídeo, assim como o Silvio veio aqui também. Ele precisa vir, trazer suas explicações, porque está sendo esgotada esta questão de pesquisa, então ele tem que vir dar sua contribuição, assim como o Popó. Está bem claro, por esses depoimentos, pelo vídeo e pela delação, os recebimentos em fila indiana. É necessário também ao prefeito trazer documentos, se apresentar a CPI, para trazer mais esclarecimentos”, disse Bussiki.O vereador afirmou que a oitiva do ex-governador, na última sexta-feira, apontou esclarecimentos importantes não só na questão da propina do MT Integrado, mas também em relação ao Mensalinho para apoio dos deputados em projetos do Governo durante sua gestão, além da compra da Mesa Diretora. “Esse depoimento do ex-governador pode esclarecer um pouquinho mais sobre os esquemas que existiam ali, em especial aos que o prefeito Emanuel Pinheiro participava. Para sanar alguns questionamentos, queremos mais detalhes, e por isso solicitei a convocação do ex-deputado estadual José Geraldo Riva. Como ex-presidente da Assembleia e ex-primeiro secretário ele poderá detalhar melhor como era instrumentalizado lá dentro da ALMT esse mensalinho aos deputados”, disse.Para o presidente da CPI, o áudio supostamente gravado pelo ex-deputado Daltinho pode ser muito importante para apontar a presença do prefeito na reunião realizada no Colégio de Líderes, segundo o ex-governador Silval Barbosa.“A contribuição de que esse áudio pode trazer é a presença do prefeito Emanuel Pinheiro nesta reunião. O ex-governador falou que teve uma reunião no Colégio de Líderes, onde vários deputados estavam ali, e eles fizeram, nos termos que ele usou, a extorsão. Daquela reunião, saiu uma comissão, que negociou o valor de R$ 600 mil em 12 parcelas”, esclareceu Silval.