FALÊNCIAS FAJUTAS: Dois desembargadores e um juiz de Goiás são investigados pelo STJ por venda de sentença que envolve fazendas em Mato Grosso

FALÊNCIAS FAJUTAS:  Dois desembargadores e um juiz de Goiás são investigados pelo STJ por venda de sentença que envolve fazendas em Mato Grosso
Redação O ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), desembargador Gilberto Marques Filho, o também desembargador Orloff Neves Rocha e o juiz Ronnie Paes Sandre estão entre os investigados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um suposto esquema de venda de decisões judiciais para favorecer empresas em processo de recuperação judicial. Advogados e empresários suspeitos de participarem do esquema também foram alvos de 17 mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal, nesta terça-feira (30), que cumpriu ordens do ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Todos os citados no inquérito, que tramita sob sigilo na Justiça federal, são investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção, tráfico de influência, exploração de prestígio, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação é um desdobramento da Operação Máfia das Falências, deflagrada em novembro do ano passado, em Goiás e mais três estados, entre os quais Mato Grosso. A referida operação apurou a existência de um grupo suspeito de fraudar falências de empresas. Como membros do Judiciário com prerrogativa de foro foram investigados, a apuração passou a ser conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O MPF informou que os magistrados são investigados "por integrar organização criminosa envolvida com a venda de decisões judiciais em processos de recuperação judicial de empresas". Mato Grosso A operação “Máfia das Falências”, que tem Goiás como epicentro, desembocou em Mato Grosso em função que duas fazendas localizadas no Estado, avaiadas em R$ 50 milhões, que constavam na recuperação judicial de uma empresa de construção do grupo Borges Landeiro, tiveram a venda autorizada pela justiça goiana. O caso ocorreu no ano passado, quando as investigaçõess estavam então sob o comando do MPE goiano e não tinham sido transferidas para a esfera federal, onde hoje tramita. A venda das duas propriedades em Mato Grosso, segundo o Ministério Público de Goiás, foi viabilizada numa operação conduzida pelos advogados Rodolfo Montenegro e Alex Silva, que receberam R$ 4 milhões pelo serviço. As fraudes perpetradas pela “Máfia das Falências” goiana, além de Goiás e Mato Grosso, se estenderam a outros Estados e envolven nessas transações criminosas valores que ultrapassam R$ 500 milhões. Com informações do G1 de Goiás Confira notas de esclarecimento na íntegra Desembargador Gilberto Marques FilhoNesses quarenta e quatro anos de magistratura nunca tive nenhuma nódoa na minha carreira, tendo, nessas mais de quatro décadas, pautado a minha atuação pela mais absoluta idoneidade e seriedade, tal qual é na minha vida pessoal. A respeito dos fatos veiculados na imprensa, dos quais ainda estou tomando conhecimento, informo que estou absolutamente tranquilo no sentido de que serão devidamente esclarecidos, para o que já estou colaborando com as autoridades competentes. Tribunal de Justiça de GoiásSobre a operação deflagrada na manhã desta terça-feira (30), por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Poder Judiciário goiano informa que colaborou efetivamente com a ação da Polícia Federal, fornecendo todos os dados solicitados e prestando os esclarecimentos necessários à elucidação da questão.Como o processo corre em sigilo, o TJ-GO não pode fornecer mais detalhes, mas ressalta que se trata ainda de investigação e serão observados os princípios constitucionais, como o contraditório e amplitude de defesa, ou seja, dando aos envolvidos o direito de ampla defesa, de acordo com artigo 5°, inciso LV da Constituição Federal.Por fim, informa que o deslinde do caso é de seu total interesse e que continua à disposição, tanto do STJ quanto do Conselho Nacional de Justiça, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para aclarar tudo o que estiver a seu alcance.