SEM ALINHAMENTO: Mourão exalta chinesa Huawei e diz que "ninguém pode ser proibido" do leilão 5G no Brasil; fala do vice contraria interesses dos EUA

SEM ALINHAMENTO: Mourão exalta chinesa Huawei e diz que
REDAÇÃO Numa falta que já está sendo vista como um contraponto de peso à política de alinhamento e subordinação automática do Brasil aos interesses dos Estados Unidos, defendidas pelo clã Bolsonaro, o vice-presidente brasileiro Antonio Hamilton Mourão defendeu nessa segunda-feira (3) a participação da empresa chinesa de tecnologia Huawei no processo de licitação para construir a rede de Internet 5G do Brasil. Mourão argumentou que a Huawei está bem posicionada para a tarefa. "A Huawei tem capacidade acima de seus concorrentes e ainda não vemos empresas norte-americanas capazes de derrotar a concorrência internacional", declarou Mourão durante uma videoconferência com correspondentes estrangeiros em São Paulo. A Huawei, observou ele, já está presente no Brasil como fornecedor de "mais de um terço da rede 4G do Brasil usada por operadoras que usam equipamentos da Huawei". "Nossa legislação sobre a participação em uma oferta é clara: ninguém pode ser proibido", destacou Mourão, acrescentando que a única coisa que a empresa deve fazer é "demonstrar sua transparência [em conformidade] com as regras que serão estabelecidas" para o processo. Na semana passada, declarações dadas pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil indicaram que a escolha pela Huawei poderia trazer "consequências" ao governo brasileiro, ação que acabou criticada duramente por Pequim.