DEBATE PRESIDENCIAL: Lula mostra mais conhecimento e não perde controle diante de provocações; Bolsonaro evita discutir questões econômicas e parte para agressões

DEBATE PRESIDENCIAL: Lula mostra mais conhecimento e não perde controle diante de provocações; Bolsonaro evita discutir questões econômicas e parte para agressões
Análise da Redação Por Mário Marques de Almeida De acordo com nosso ponto de vista, Lula mostrou-se mais seguro e objetivo frente às câmeras, tentando puxar o debate para questões macros de economia, relações internacionais e de gestão, com Bolsonaro na defensiva se esquivando de abordar temas que dizem respeito à geração de empregos, renda e aumento salarial para as camadas populares. Quanto a Bolsonaro ele entrou em cena com claro objetivo de atacar Lula, sem priorizar discutir programas de governo. Sua intenção era desestabilizar emocionalmente o ex-presidente - o que não conseguiu. Lula manteve uma postura mais qualificada. Entre os aspectos que merecem destaque nesse debate, ressalte-se que, após ser várias vezes questionado por Lula por que não deu nenhum aumento real no salário mínimo durante esses 4 anos, Bolsonaro disse, sem muita convicção que, na hipótese de ser reeleito, elevará o mínimo para R$ 1.400, 00 no próximo ano. Chutômetro A resposta do presidente soou como um de seus muitos "chutômetros" tendo em vista que no orçamento para 2023 não existe previsão orçamentária para esse aumento. Além de que as falas e sinalizações emitidas pelo ministro Paulo Guedes e a equipe econômica são todas no sentido que os ganhos dos mais pobres, idem as aposentadorias e pequenas pensões, continuarão achatados. Diante do quadro de polarização política e social que o Brasil hoje enfrenta, o debate da Globo, nesta sexta-feira (29), em nossa opinião, não mudou o cenário que aponta, segundo a maioria das pesquisas, Lula com cerca de 6 pontos, em média, na frente de Bolsonaro. Se esses levantamentos estiverem certos, Lula segue favorito. Lembrando, porém, que pesquisas são apenas retratos do momento, e voto na urna é a realidade concreta. Nesse contexto, por oportuno, cabe salientar que pesquisas eleitorais mostram uma tendência e, não necessariamente, correspondem, obviamente, ao resultado das urnas.  Apenas sinalizam. No entanto, existem critérios técnicos que precisam ser obedecidos no trabalho de campo (entrevistas) e na tabulação, caso se queira obter uma previsão mais próxima da votação.  Além disso, não é uma ciência exata e as amostragens são limitadas. Dito isso,  fatos imprevistos podem ocorrer até domingo, e dependendo do impacto que causem na opinião pública, as tendências eleitorais também são suscetíveis de mudar. Essa observação e eventuais alterações na escolha do candidato pelos eleitores, vale para ambos os lados na disputa presidencial. Resumo: se Lula era visto como melhor colocado nas intenções de votos, ainda que com uma frente apertada, o debate da Rede Globo , a nosso ver, não foi tão impactante a ponto de ter conseguido mexer com os números das pesquisas. A disputa continua acirrada.