Deputados criticam manutenção do veto e dizem que Assembleia cedeu ao Executivo

Deputados criticam manutenção do veto e dizem que Assembleia cedeu ao Executivo MONTAGEM PAGINA UNICA

 

O governo justificou o veto afirmando que o aumento criaria despesa permanente sem fonte de custeio e ampliaria o risco fiscal. Segundo dados apresentados pelo Executivo, o Tribunal já compromete 88,41% da própria receita com pessoal. Com o reajuste, o Estado poderia se aproximar do limite de 95%, considerado crítico pela legislação fiscal.

A manutenção do veto provocou críticas imediatas de deputados de diferentes bancadas. A deputada Janaina Riva classificou o resultado como constrangedor e afirmou que o governo mantém postura de desvalorização do servidor público. Ela destacou que servidores do Judiciário acompanharam toda a tramitação da proposta e que a decisão frustra meses de diálogo.

O deputado Lúdio Cabral afirmou que a virada demonstrou submissão da Assembleia ao Executivo. Ele disse que parte da base chegou a defender o reajuste publicamente, mas recuou após articulação do governo. Segundo o parlamentar, a votação secreta facilita mudanças de posição e impede que a sociedade saiba quem votou contra o aumento.

Wilson Santos, um dos votos contrários ao veto, declarou que o reajuste é prerrogativa do Tribunal de Justiça e que a postura da Casa foi incoerente com a votação anterior. Valdir Barranco afirmou que a base governista atuou como “rolo compressor”, tornando inviável qualquer tentativa de reversão.

Entre governistas, houve surpresa com a diferença de votos. Eduardo Botelho disse que esperava placar apertado e avaliou que o governo demonstrou força na articulação. Carlos Avallone relatou que representantes do sindicato pediram judicialização da votação e estranharam o contraste entre as manifestações públicas de parlamentares e o resultado registrado de forma sigilosa.

Servidores presentes no plenário criticaram a mudança de posicionamento de parlamentares e relataram pressão nas horas que antecederam a votação. Entidades representativas afirmaram que o veto mantido deixa cerca de 3.500 trabalhadores sem recomposição salarial em 2025.