DESCOMPENSADO: Bolsonaro se irrita com pergunta em entrevista e abandona coletiva, após debate

DESCOMPENSADO: Bolsonaro se irrita com pergunta em entrevista e abandona coletiva, após debate
Presidente voltou a repetir notícia falsa de que Lula foi se encontrar com chefes do tráfico ITALO NOGUEIRADa Folhapress - Rio O presidente Jair Bolsonaro (PL) abandonou na madrugada deste sábado (29) a entrevista coletiva que concedia após o debate da TV Globo ao ser questionado sobre mentiras que repetiu sobre a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Complexo do Alemão. Bolsonaro voltou a dizer que o petista foi se encontrar com chefes do tráfico no local durante a campanha. A agenda, porém, foi organizada por líderes comunitários, entre eles o comunicador Renê Silva.  Ao ser questionado pela Folha, Bolsonaro se irritou: "Você tem moral para me chamar de mentiroso?". Logo em seguida, bateu no púlpito e deixou o tablado. Bolsonaro já havia se irritado minutos antes, quando foi chamado pelo termo "candidato" pela produção da TV Globo, que tentava avisá-lo de que a entrevista deveria ser encerrada após dez minutos. "Sou candidato ou sou presidente? Se for candidato, vou embora. Então, por favor, sou o presidente da República. Candidato era lá dentro [do estúdio]." Ele acabou falando por mais 13 minutos. IRRITADO - A coletiva terminou com o presidente batendo na mesa. Conforme as perguntas ocorriam, a ira do presidente aumentava, de tal maneira que Fabio Wajngarten, responsável pela área de comunicação da campanha, teve sua entrevista interrompida porque um assessor chegou correndo e pedindo em tom alarmado: "Tira ele de lá".... Retirado por assessores. Bolsonaro teve a reação de bater na mesa ao ser perguntado sobre o ato de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Complexo de Alemão. O repórter da Folha de S.Paulo informou que toda a imprensa carioca sabe que o organizador da visita é um comunicador conhecido e sem envolvimento com o tráfico, como o presidente sugere. Ao ouvir esta frase, Bolsonaro reagiu aos berros. "Você tem moral para me chamar de mentiroso?", questionou. A frase foi seguida de uma batida na mesa. Os dois passaram a falar ao mesmo tempo enquanto assessores do presidente tentavam interromper a cena. O senador eleito Sergio Moro (União-PR) deu um cutucão no braço do presidente e falou ‘calma’. O ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid foi muito mais decidido. Ele entrou em cena e arrastou Bolsonaro para fora do palco. Ao mesmo tempo, auxiliares corriam na direção de Wajngarten pedindo ajuda. "Sou presidente da República. Candidato eu era lá dentro." O primeiro momento de irritação do presidente já ocorreu quando a assessora da Rede Globo avisou, no microfone, que faltava apenas 1 minuto para a conclusão do tempo combinado com a empresa. "Candidato, o senhor tem um minuto", disse, por protocolo —o que desagradou o atual presidente. Sou candidato ou sou presidente? Se for candidato eu vou embora. Eu sou candidato, eu vou embora. Então, por favor. Eu sou presidente da República. Candidato eu era lá dentro." Ele também se recusou a deixar o púlpito quando informado que o tempo havia acabado, mesmo sendo chamado de "presidente" pela assessora. "Não, não, não. Eu vou continuar falando aqui. Pera aí, por favor, eu sou educado pra caramba. Se achar que está ruim, eu vou embora. Eu quero continuar falando. Eu falo com vocês 1 hora, não cortem meu raciocínio", disse Bolsonaro. O tempo de 10 minutos após o debate é estabelecido em comum acordo entre as duas candidaturas e pode ou não ser usado totalmente, mas tem de ser disponibilizado igualitariamente, um pré-requisito da Legislação Eleitoral. Na coletiva, o candidato do PL foi questionado por um jornalista da ATP, de Portugal, sobre a imagem do Brasil no exterior, mas disse não entender a pergunta. O repórter se ofereceu para repetir a pergunta, mas o presidente negou. "Não sei se entendi o que você falou. Mas se ficar repetindo eu continuarei não entendendo", disse Bolsonaro. "É que não falo espanhol e nem portunhol", completou, em resposta ao português. "Eu não falo portunhol", rebateu o jornalista, que havia feito a pergunta em português.