PISTOLEIRA? Advogados pedem ao STF prisão da deputada bolsonarista Carla Zambelli por disparo de arma de fogo em via pública movimentada
PISTOLEIRA? Advogados pedem ao STF prisão da deputada bolsonarista Carla Zambelli por disparo de arma de fogo em via pública movimentada
|
30/10/2022 - 09:08
Deputada federal foi filmada durante confusão na capital paulista neste sábado (29); em entrevista, ela admitiu ter disparado para o alto
Danilo Moliternoda CNN
Um escritório de advocacia pediu neste sábado (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão em flagrante da deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) por “crime de disparo de arma de fogo, de ameaça e eventual lesão corporal”.
Zambelli foi filmada neste sábado, nos Jardins, bairro da zona central da capital paulista, entrando em um bar com um revólver em punho. Ela disse ter reagido a provocações de um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A petição pede também a instauração de inquérito policial, a apreensão das armas das pessoas envolvidas na ocorrência e a suspensão da autorização de Zambelli e sua equipe para o porte de armas.
Os vídeos que circulam nas redes sociais mostram que, durante a confusão, um tiro foi disparado. Zambelli afirmou em entrevista a jornalistas que disparou sua arma “para o alto”.
“O disparo ocorreu, não se sabe ainda, se a partir da arma de fogo da requerida, mas é certo que por parte de alguém de sua equipe. E mais: somente ocorreu porque Carla Zambelli teria, de forma determinante, contribuído para a prática eventualmente criminosa”, argumenta a petição.
Segundo os advogados, a liberdade de Carla Zambelli “coloca em risco a ordem pública e reforça a necessidade da decretação de sua prisão em flagrante”.
A CNN entrou em contato com a assessoria da parlamentar sobre o pedido de prisão e aguarda uma resposta.
Entenda o casoAs imagens divulgadas neste sábado mostram a movimentação de algumas pessoas em direção a um bar, localizado em uma esquina. Zambelli aparece na gravação atravessando a rua em direção ao estabelecimento com uma arma em punho.
Logo após a repercussão, a deputada publicou em suas redes sociais um vídeo em que descreve o ocorrido. Segundo ela, um grupo de homens tentou intimidá-la, e um deles a empurrou. Ela diz ter apontado o revólver na intenção de deter o sujeito até a chegada de policiais.
Há outros vídeos que retratam o ocorrido. As gravações não são conclusivas sobre a agressão à deputada.
O homem perseguido pela deputada afirmou à CNN que, em nenhum momento, houve qualquer tipo de agressão física por parte dele.
Em setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o transporte de armas por colecionadores, atiradores e caçadores no dia das eleições, assim como nas 24 horas que antecedem e nas 24 horas seguintes ao dia de votação. Conforme a decisão da corte, o descumprimento da proibição acarretará na prisão em flagrante por porte ilegal de arma.
A assessoria da deputada divulgou nota sobre o episódio. “A deputada federal possui registro de arma de fogo para defesa pessoal. A Resolução do TSE que proíbe o porte aplica-se apenas aos CACs, ou para ingresso de armas em seções eleitorais”, diz.
A deputada federal disse, em entrevista, ter “ignorado conscientemente” a resolução do TSE.