COERÊNCIA E CORAGEM: Desembargadora Maria Helena Póvoas levanta a voz em defesa da democracia e contra atos golpistas
COERÊNCIA E CORAGEM: Desembargadora Maria Helena Póvoas levanta a voz em defesa da democracia e contra atos golpistas
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09/11/2022 - 09:52
Em declaração ao site do jornal Diário de Cuiabá, a desembargadora Maria Helena Póvoas levanta sua voz em defesa dos postulados democráticos duramente conquistados pela sociedade brasileira e que estão sendo ameaçados por manifestações de cunho golpista, que alguns confundem como o direito à liberdade de expressao - aliás, direito legítimo e cívico -, mas que não tem nada a ver com atos atentatórios ao ordenamento jurídico e constitucional, a exemplo das arruaças e badernas que hoje ocorrem no país, com bloqueios e interdições de rodovias e convocação para intervenção militar feitos por descontentes com o resultado ds eleições - os maus perdedores que não aceitam o veredicto das urnas.
A fala da desembargadora mato-grossense, alem de lúcida e coerente, é uma demonstração louvável, de coragem democrática.
Confira a declaração, na íntegra:
Para presidente do TJMT, golpistas são "massa da manobra"
Maria Helena classificou o pedido de anulação das eleições presidenciais como “ataque a democracia”
KAMILA ARRUDA - Diário de Cuiabá
A presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargadora Maria Helena Povoas, não poupou críticas às manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o resultado das eleições presidenciais, em 30 de outubro passado, em segundo turno.
Para a magistrada, os manifestantes estão sendo utilizados como “massa de manobra”.
Além disso, ela ainda condenou os pedidos de intervenção militar por parte dos bolsonaristas.
"Eu queria nem estar vendo isso, sinceramente. Isso parece coisa de quem não viveu uma era bastante conturbada neste País, onde uma cortina se abateu sobre o País. Eu vivenciei essa era, sei o que era viver sob esse regime”, disse.
Maria Helena classificou o pedido de anulação das eleições presidenciais como “ataque a democracia”.
“É claro que é um ataque à democracia. Alguém que vivenciou a década de 60, 70, possivelmente, não vai estar nessa manifestação. Pessoas que militaram nessa época, que fizeram política, grande parte não está ai nem para contar”, disse.
Para a desembargadora, o resultado das urnas não deve ser questionado.
“A eleição não foi feita entre quatro paredes, foi observada pelo mundo inteiro. Inclusive, pelas organizações mais respeitadas e ninguém disse que a eleição foi fraudada. A não ser meia-dúzia que não tem coragem de botar a cara para fora e utiliza essas pessoas como massa de manobra”, acrescentou.
Desde o fim do segundo turno, manifestantes se reúnem em todo o Estado, para protestar contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os atos foram registrados no decorrer da semana passada, em diversos pontos de rodovias e, atualmente, a aglomeração maior acontece em frente a 13ª Brigada, localizada na Avenida do CPA, em Cuiabá.