RETOMADA DE INVESTIMENTOS: Mirando na geração de empregos e renda, Lula desarma esquema na Fiesp e convida Josué Gomes da Silva para o Desenvolvimento; Mercadante deve ir para o BNDES

RETOMADA DE INVESTIMENTOS: Mirando na geração de empregos e renda, Lula desarma esquema na Fiesp e convida Josué Gomes da Silva para o Desenvolvimento; Mercadante deve ir para o BNDES bndes
A reconhecida capacidade de articulação do novo mandatário brasileiro, que  vai ser diplomado hoje pelo TSE e tomará posse no dia 1 de janeiro, está sendo colocada à prova, mais uma vez. Este recente final de semana do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, foi de intensa movimentação, na Capital da República. As articulações e contatos prosseguem nesta segunda-feira (11), data em que Lula e Alkcmin, seu vice, serão diplomados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em cerimônia presidida pelo presidente da Corte eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. Lula não teve descanço nem no domingo, quando intensificou as mexidas no tabuleiro maior da política brasileira. Com isso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva mudou o curso tradicional das pressões do jogo de forças envolvidas no poder. Lula vai recriar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, convidou o industrial têxtil Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, para assumir o comando da pasta e ancorará nele, de volta, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente do BNDES será o economista, ex-senador e ex-deputado Aloízio Mercadante, coordenador da transição de Governo e presidente da Fundação Perseu Abramo, instância do Partido dos Trabalhadores encarregada de formular o programa da campanha petista. O convite para o ministério abriu para Josué uma saída estratégica e por cima do comando da Fiesp em meio a uma guerrilha de traições aberta contra ele pelo ex-presidente da entidade, Paulo Skaf. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, foi interlocutor estratégico no processo de convencimento de Josué Gomes. A Fiesp deverá passar a ser comandada pelo presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone Netto, que é o 1º vice-presidente da entidade. Josué é, em contrapartida, o 1º vice do Ciesp. Foi o atual presidente da Fiesp e futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio quem articulou a ascensão de Cervone Netto ao topo da pirâmide da Avenida Paulista. O antecessor de Josué, Paulo Skaf, almejava retornar ao comando da poderosa federação paulista, cargo de onde colaborou intensamente pelo golpe do impeachment sem crime de responsabilidade da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016 (utilizando para tanto, inclusive, o caixa da Fiesp ao financiar campanhas publicitárias pró-golpe e deslocamento logístico de materiais usados no convencimento de parlamentares a favor da deposição de Rousseff). Skaf montou pelas costas de Josué a convocação de uma Assembleia Extraordinária do Conselho da entidade, marcada para 21 de dezembro. A pretensão dele era voltar nos braços de presidentes de sindicatos empresariais aos quais adulou pelos 16 anos em que se manteve à frente da Fiesp e do Ciesp ao mesmo tempo, acumulando os cargos e os caixas. Por todo esse tempo Skaf tentou voos políticos nas asas de partidos como PSB, PMDB, MDB e Republicanos. Foi candidato ao governo do estado, à prefeitura da capital e ao Senado. Perdeu tudo o que disputou no voto popular. Ele açulou a rebelião na Fiesp, mas, não desejava a ascensão de Cervone Netto – de quem espera um gesto em seu favor (que dificilmente virá). Cervone está a uma canetada de reunir nas mãos o poder do Ciesp e da Fiesp, conservando a amizade com um poderoso ministro do Desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior e tendo acesso direto ao presidente do BNDES (Aloízio Mercadante, já indicado e aguardando os fatos acontecerem) e mantendo inédita sintonia com o presidente da CNI. Robson Andrade foi carta relevante no estratagema que teve início nas coxias da transição. Consumada a sucessão na Fiesp, Paulo Skaf, será tratado pelo futuro governo como um reles golpista remanescente de 2016. Em consequência, não terá serventia alguma para o pragmatismo empresarial dos paulistas. Josué Gomes da Silva à frente de um MDIC em vias de ser recriado, com Aloízio Mercadante no BNDES em diálogo direto e franco com o Ministério da Fazenda de Fernando Haddad, e o Ministério do Planejamento sendo preenchido por um nome do espectro social-democrata da aliança que elegeu Lula, darão um rumo determinado para a missão dada pelo presidente eleito e por seu vice, Geraldo Alckmin: conduzir o processo de reindustrialização do País. Para tanto, o futuro governo convocará a CNI de Andrade, a Fiesp renovada e todas as demais federações estaduais de indústrias para que se alinhem no projeto. Com informações do JB.