- Home Page
- Política
- "CABEÇA FRACA"? Acusado de terrorismo no DF, ex-candidato a vereador e taxista em Comodoro (MT) é visto como "influenciado por bolsonaristas"
"CABEÇA FRACA"? Acusado de terrorismo no DF, ex-candidato a vereador e taxista em Comodoro (MT) é visto como "influenciado por bolsonaristas"
|
27/12/2022 - 16:22
REDAÇÃO
Os fatos estarrecedores que estão vindo a público e apontam seguidores fanáticos do presidente Jair Bolsonaro, entre eles o mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues (foto), que participaram até recentemente de acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília, onde fazem manifestações antidemocráticas, como pedidos de golpe militar, e participam de vandalismo terrorista na Capital Federal, como incendiar ônibus e veículos, tentativa de invasão de sede da Polícia Federal, entre outros crimes.
Esses relatos de terror e vandalismo foram agravados com a prisão de George Washington Oliveira Sousa, de 54 anos, no sábado (24). Ele é gerente de um posto de combustível, no Pará. E confessou ter ido à Brasília com o propósito de fazer grandes atos terroristas capazes de provocar o caos e, assim, provocar a intervenção das Forças Armadas, com a declaração de Estado de Sitio – medidas que, segundo a declaração do próprio George, seriam suficientes para manter Jair Bolsonaro na presidência e evitar a posse de Lula, presidente eleito
Entenda o caso
George Washington, em depoimento às autoridades responsáveis pela segurança pública do Distrito Federal, disse que foi Alan Diego dos Santos Rodrigues o homem que pegou com ele o explosivo que depois foi colocado em um caminhão-tanque que ia para o aeroporto de Brasília, e entraria no terminal do aeroporto, para abastecer aeronaves. Momento em que os explosivos seriam acionados por controle remoto. Fato que só não ocorreu, por que o condutor do caminhão percebeu a presença da bomba e acionou a Polícia.
Quem é: Alan já foi candidato a vereador na cidade de Comodoro (MT) pelo PSD nas eleições de 2016, não sendo eleito. Ele tem 32 anos e é eletricista, mas, ultimamente trabalhava como taxista naquela cidade. Abandonando o serviço há cerca de 6 meses para participar de acampamentos em frente a quartéis.
Segundo colegas que conviveram com ele no ponto de táxi, aparentava ser pessoa pacífica, mas altamente influenciável por discursos envolvendo manifestações golpistas -o que pode ter levado ele a se meter na atual enrascada.
Procurado
Ele está sendo procurado pela Polícia Civil após George Washington dizer que ele seria o responsável por colocar o explosivo no local indicado. George que já está preso diz, porém, que o combinado era explodir um poste, mas que Alan teria modificado a ideia para fazer o ataque no aeroporto, como inicialmente chegou a ser cogitado por eles.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, ele foi visto em diversas manifestações em Brasília e, nas redes sociais, sempre publicada sua participação em atos. A última postagem nas redes se deu há seis dias, quando postou imagens do grupo que estava diante do Palácio da Alvorada, esperando uma aparição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em suas redes, ele também aparece ao lado de diversos políticos bolsonaristas, como o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), José Medeiros e Magno Malta, e em participando de atos ao lado do líder indígena Tsererê Xavante, que foi preso pela Polícia Federal, o que desencadeou manifestações violentas na capital federal no dia 12 de dezembro. Na ocasião, Alan também aparece entre os manifestantes que protestaram na porta da PF. Alguns tentaram invadir o prédio e outros colocaram fogo em carros e ônibus e depredaram pontos da cidade.
Em 30 de novembro, Alan Diego participou de uma audiência pública no Senado, realizada sob requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), em que aliados de Bolsonaro questionaram decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O paraense George Washington Oliveira Sousa, que apontou o nome de Alan em seu depoimento, também participou da reunião.
Em entrevista coletiva, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (PMDB) disse que apuração indica que Alan Diego dos Santos Rodrigues se evadiu do DF. Ainda segundo Ibaneis, o autuado por terrorismo George Washington de Oliveira Sousa fez cursos de sniper: 'Mentalidade totalmente voltada para o crime'.
Questionado sobre as buscas por Alan Ribeiro, Ibaneis respondeu: "A polícia já identificou essa pessoa, está fazendo as buscas. Pelo que tenho alcançado aqui pela polícia, ele já se evadiu do DF, mas eles estão atrás, e a gente deve ter notícia nas próximas horas".
George confessou o crime e foi autuado por terrorismo. Segundo o governador, ele chegou a fazer cursos de sniper para manusear armamentos de alta potência. "Realmente existia ali uma mentalidade totalmente voltada para o crime", disse Ibaneis.
Segundo as investigações da PCDF e o próprio depoimento de George, ele e Alan frequentavam os atos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) que ocorrem no portal do quartel-general do Exército na capital. O autuado por terrorismo também confessou que o ato teve motivação política.
George está preso preventivamente no Complexo da Papuda.
Além de terrorismo, ele também foi autuado por posse e porte ilegal de armas de fogo de uso permitido e restrito. No apartamento onde ele foi encontrado no sábado, no Sudoeste, os policiais acharam um arsenal com fuzil, espingardas, revólveres, munição e explosivos.
Participação de Alan
Segundo o preso, o plano para detonação do explosivo foi montado nos atos que ocorrem diante do QG do Exército, com objetivo de levar à decretação de estado de sítio no país – quando há restrição de direitos e à atuação de Legislativo e Judiciário.
Em depoimento à polícia, George Washington disse que, em 22 de dezembro, "vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do Aeroporto de Brasília durante a madrugada e, em seguida, fizéssemos denúncia anônima sobre a presença de outras duas bombas no interior da área de embarque".
No dia seguinte, segundo o investigado, uma mulher do grupo sugeriu a instalação de uma bomba na subestação de energia elétrica de Taguatinga, para "dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio".
"Eu fui ao local apontado pela mulher em Taguatinga em uma Ford Ranger branca de um dos manifestantes do acampamento, mas o plano não evoluiu porque ela não apresentou o carro para levar a bomba até a transmissora de energia", disse no depoimento.
Ainda de acordo com o criminoso, um outro participante do grupo, identificado como Alan Diego dos Santos Rodrigues, se voluntariou para instalar a bomba em postes. George disse que, em 23 de dezembro, recebeu de uma pessoa, que não conhecia, material que faltava para construir o explosivo. E que fez o dispositivo.
"Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto. Porém, no dia 23/12/2022 eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original", alegou o autuado por terrorismo.
Apesar de a data citada pelo homem no depoimento, a PM só encontrou o material na manhã de sábado (24). Ele disse que, na data, percebeu a movimentação de pessoas estranhas perto do apartamento onde estava hospedado, e que imaginou serem policiais.
George alegou que reuniu as armas para colocar na caminhonete e fugir neste sábado, mas foi preso antes