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Lula vai “correr contra o tempo” e não terá direito sequer à clássica “lua de mel” – período de espera concedido aos novos governantes para mostrar resultados
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02/01/2023 - 07:36
Análise Política
Por Mário Marques de Almeida
Com uma base parlamentar (Congresso) de adversários que já vinham o atacando mesmo antes de ser empossado, composta entre moderados e radicais, inclusive de extrema-direita, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume o comando do país em situação atípica – não enfrentada por outros ex-presidentes, inclusive ele próprio nas duas vezes anteriores que presidiu a nação – semelhante a de quem precisa “consertar o carro andando” e com os pneus furados.
Sua situação política remete à comparação popular que diz: “vai ter que se virar nos 30”, referindo-se à emergência de 30 segundos para dar solução a casos complicados em um país que ele pega com as finanças e os serviços sucateados em áreas consideradas estratégicas, entre as quais a Saúde, Educação, Moradia Popular, Meio Ambiente e todas as políticas públicas voltadas para a promoção social e humana, onde a chamada “ponta do iceberg”, a parte mais visivel e chocante, é o retorno da fome, ocorrido na gestão Bolsonaro, com força no Brasil e hoje aflige um universo estimado em mais de cerca de 33 milhões de pessoas.
Além dessas anomalias, por si só bastante graves, o novo presidente terá que cicatrizar feridas de uma gestão que, durante 4 anos, além do desmonte da máquina pública, se empenhou em disseminar o sentimento trevoso de ódio, que dividiu famílias, brasileiros das mais diversas classes, levando a que seguidores do gestor anterior passassem a considerar pessoas que pensam politicamente de forma diferente deles, como se fossem inimigos.
De acordo com a avaliação de jornalistas que fazem cobertura política na imprensa brasileira, a vitória apertada na disputa eleitoral e a necessidade urgente de provar ser possível governar com uma base mais ampla do que o PT e sua órbita na esquerda, o presidente eleito terá, diferentemente de seus antecessores, menos tempo para angariar apoio político e ampliar a base popular, diante de um Centrão fortalecido nas urnas. Nesse aspecto, Lula vai precisar exercitar de imediato sua reconhecida habilidade política.
Unir o povo brasileiro em torno da paz, enfim, da conquista do desenvolvimento e da prosperidade que não só favoreça os muitos ricos, como aconteceu com a concentração brutal de renda e achatamento de salários no governo recém-passado, mas os benefícios se estendam à grande maioria desamparada, e na qual eventuais divergências e pontos de vista políticos diferentes, não sejam vistos como “declaração de guerra”, talvez seja o maior desafio de Lula e sua equipe.
Aplicar esse antídoto baseado na tolerância e no amor é crucial para combater o “câncer” maligno inoculado por segmentos mais atrasados do bolsonarismo no tecido social brasileiro.
É preciso agir rápido e com precisão cirúrgica para que a enfermidade supostamente ideológica, alimentada pela disseminação veloz de mentiras, não se enraíze ao ponto de se tornar um mal maior.
Nesse sentido, é sempre conveniente lembrar que Goebels, teórico do nazismo e de Hitler, dizia que uma "mentira repetida mil vez adquire foros de verdade"!
Portanto, combater o ódio alimentado pelas fake news dos arautos de Bolsonaro é um imperativo urgente e de primeira grandeza! E a tarefa não é só de Lula, mas de todos aqueles que lutam pelo Estado Democrático de Direito e fazem disso sua trincheira para a reconstrução do Brasil. Mais justo e solidário!
Assim como na letra da música que diz: "...esperar não é saber, quem sabe faz a hora e não espera acontecer"!