"CONTAMINADO PELO ÓDIO": Considerado de mente “influenciável”, terrorista mato-grossense confessa ter colocado bomba em Brasília
"CONTAMINADO PELO ÓDIO": Considerado de mente “influenciável”, terrorista mato-grossense confessa ter colocado bomba em Brasília
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20/01/2023 - 15:58
Natural de Comodoro, cidade de Mato Grosso situada a 640 Km de Cuiabá (Norte do Estado), o eletricista e taxista Alan Diego dos Santos Rodrigues tem 32 anos de idade. Em sua cidade natal é considerado, por muitos, como alguém de personalidade “influenciável”, segundo pode se observar de entrevistas concedidas à Imprensa, por colegas do ponto de taxi onde ele trabalhava até três meses antes (isto é, no começo de novembro passado) de se juntar a seguidores golpistas de Jair Bolsonaro acampados em frente ao quartel-general do Exército em Brasília.
Ainda, quando residia na cidade mato-grossense foi candidato a vereador em Comodoro nas eleições 2016 pelo PSD (Partido Social Democrático). Mas teve votação irrisória e não se elegeu.
Antes de se juntar aos golpistas, em Brasília, Alan era visto em Comodoro como uma pessoa normal, pacata, sem aparentar estar “contaminado pelo ‘vírus’ do ódio político”, fato que deixou muita gente surpresa na cidade, tão logo surgiram as notícias que ele estava envolvido em crime de terrorismo. Fato agora confirmado oficialmente, após ele haver confessado, em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, ter colocado a bomba em um caminhão perto do aeroporto de Brasília.
Na tarde desta terça-feira (17), Rodrigues entregou-se à Polícia Civil de Mato Grosso, em região nas proximidades de Comodoro. Em seguida, foi recambiado para Brasília, A tentativa de explodir uma bomba em um caminhão-tanque que estava parado perto do aeroporto de Brasília ocorreu na véspera do Natal. Após o depoimento, o eletricista foi levado ao Sistema Penitenciário do Distrito Federal, onde permanecerá à disposição da Justiça.
As investigações comprovaram o envolvimento de Rodrigues no atentado frustrado, com imagens de câmeras de segurança registrando o eletricista deixando a bomba no local. No depoimento, Rodrigues admitiu a autoria e disse ter recebido do empresário George Washington de Oliveira, preso em 24 de dezembro, o artefato que seria instalado no paralamas do caminhão-tanque com mais de 60 mil litros de combustível.
Segundo a Polícia Civil do DF, o depoimento confirmou a versão de Oliveira, que tinha dito que a ideia de instalar uma bomba partiu de Rodrigues no acampamento de extremistas em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. O empresário produziu a bomba e repassou o artefato ao eletricista e ao jornalista Wellington Macedo de Souza, que está foragido, e foi quem dirigiu o carro até as proximidades do aeroporto.
Os três suspeitos tornaram-se réus na segunda-feira (16) pelo crime do Artigo 251 do Código Penal, que trata de colocar em risco a vida, a integridade física ou o patrimônio por meio de explosão. A pena nesse caso é de prisão de três a seis anos, e multa.
George Washington também foi denunciado por ter sido encontrado com armas e munições. No caso do porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, a pena de prisão é de dois a quatro anos. Com relação às armas de uso restrito, a pena é de três a seis anos de cadeia.