LADROAGEM DOENTIA: Empresa municipal é a “espinha dorsal” da corrupção que se enraizou na Saúde de Cuiabá na gestão de Emanuel Pinheiro

LADROAGEM DOENTIA: Empresa municipal é a “espinha dorsal” da corrupção que se enraizou na Saúde de Cuiabá na gestão de Emanuel Pinheiro
 Redação À medida que as investigações criminais avançam e fatos novos são revelados, surge a Empresa Cuiabana de Saúde Pública, a ECSP, como a “espinha dorsal” do esquema de corrupção instalado na prefeitura de Cuiabá que, pelo elevado grau de contaminação que irradia na esfera executiva do poder local, se tornou endêmico na gestão do prefeito Emanuel Pinheiro. E as falcatruas adquirem conexão interestadual. Haja vista que ECSP abriga uma empresa “mutante”, fundada em Santa Catarina, onde aplicou vários crimes de estelionato nos cofres públicos daquele Estado, após os quais encerrou suas atividades por lá e veio se instalar na Capital mato-grossense, encontrando terreno fértil e espaço para prosseguir com as ladroagens tendo como alvo preferencial o Erário cuiabano. Entenda o caso Um fornecedor privilegiado nas compras pela ECSP cuiabana, possivelmente “laranja” do esquema, que atende pela denominação Remocenter, causou R$ 33 milhões de prejuízo aos cofres públicos de Santa Catarina, onde deve ter adquirido a "expertise" que posteriormente veio colocar em prática em Cuiabá. A Remocenter e outras empresas se acumpliciaram e venderam, naquele Estado, 200 respiradores para o governo catarinense, mas os equipamentos nunca foram entregues. Na época, o contrato assinado foi de R$ 33 milhões, que foram pagos em duas parcelas. “Após o oferecimento da denúncia por corrupção, à empresa Remocenter no Estado de Santa Catarina teve sua sede transferida para o Estado de Mato Grosso, e logo depois, ocorreu a alternância de funções de sócios administradores da Remocenter, figurando entre seus sócios Mônica Cristina Miranda dos Santos”, diz trecho da investigação da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), levada a efeito pela Operação Hipnos, em Cuabá. Na composição do esquema, Mônica é irmã de Maurício Miranda de Mello que aparece como sócio na M.M. JS Desenvolvimento e Licenciamento e também da Veigamed, que também são alvos da investigação de SC. Registrada em 2006, a Remocenter já teve 12 alteração contratual no que diz respeito ao quadro de sócios. “A autoridade policial informa que essa alternância de função é um artificio empresarial típico de empresas que são usadas ‘de fachada’ para lavagem de dinheiro e outros ilícitos, como o peculato”, diz trecho do documento. Depois do Mônica, a empresa ainda teve outro alvo da operação como sócio, José Bosco da Silva, que para a polícia configura como laranja. Em 2020, João, por meio de procuração, deu poderes para José Edson da Silva atuar como representante da Remocenter. José aparece como sócio de várias empresas. Ele não é alvo da operação em Mato Grosso, mas aparece como um dos investigados do esquema de respiradores fantasmas em Santa Catarina. Operação Hypnos A operação busca investigar o esquema de desvio de recursos públicos na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) em 2021. Apuração constatou irregularidades no pagamento de R$ 1 milhão feito para uma empresa fantasma, que atua na área de medicamentos. Entre os alvos estão o ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues. Ele foi o único preso. A Justiça determinou ainda o afastamento de dois servidores da ECSP, além de busca e apreensão na casa dos investigados e sócios da empresa fantasma. Também foi bloqueado o valor referente ao prejuízo causado de dois dos alvos e da empresa. Veja os alvos: Eduardo Ferreira Vasconcelos, coordenador administrativo da ECSP;  Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, Administradora de Planejamento da ECSP; Mônica Cristina Miranda dos Santos, sócia na empresa Remocenter; Maurício Miranda de Mello, é irmão de Mônica e sócio das empresas M.M JS Desenvolvimento e Licenciamento, Veigamed e Remocenter; João Bosco da Silva, sócio da Remocenter e possível ‘laranja’ do esquema.