"TANQUE CHEIO": Vice-prefeita, vereador e secretários são afastados por corrupção em MT envolvendo combustíveis

Eles são acusados de esquema envolvendo setores da administração pública e uso da máquina para fins particulares Redação A vice-prefeita e secretários da Prefeitura de Ribeirão Cascalheira foram alvos da Polícia Civil e afastados pela JustiçaUma operação da Polícia Civil, nesta quinta-feira (2), em Ribeirão Cascalheira (900 km a Nordeste de Cuiabá) teve como alvos a vice-prefeita e secretários municipal, bem como do presidente da Câmara Municipal. A vice-prefeita Isabel Fernandes Santos (PT) e os secretários Luciano Nunes (Obras), Vilson de Assis (Finanças) e Fausto Francisco (Saúde) e o o presidente da Câmara, Paulo Schuh (PSB) foram afastados pela prática de corrupção, por decisão da Justiça, que determinou medidas cautelares.   A Polícia Civil cumpriu 23 mandados de busca e apreensão contra os investigados por um esquema de corrupção envolvendo setores da administração pública e uso da máquina pública para fins particulares. A Operação, denominada "Tanque Cheio", também teve como alvo o Setor de Compras da Prefeitura de Ribeirão Cascalheira. Os mandados foram cumpridos nas secretarias alvos da investigação, em residências de agentes políticos e empresas. Uma empresa na cidade de Bom Jesus do Araguaia (a 83 km de Cascalheira) também foi alvo das buscas e apreensões. A investigação da Delegacia da Polícia Civil de Cascalheira teve início a partir da denúncia de que servidores e terceiros, sem vínculo com a administração municipal, abasteceriam veículos particulares em postos de combustíveis em nome da prefeitura. A Polícia deu início à verificação preliminar das informações e constatou a existência de um forte esquema de desvio de combustível. Os indícios reunidos também apontam que máquinas da prefeitura realizavam trabalhos em propriedades particulares, como fazendas e chácaras. Além do abastecimento, contas particulares também eram pagas com os cartões de abastecimento da prefeitura de Ribeirão Cascalheira. Foram coletados elementos substanciais que apontam a ocorrência de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica. O delegado Flávio Leonardo Santana Silva pediu e a Justiça determinou buscas e apreensões, afastamento cautelar dos suspeitos, entre outras medidas necessárias para a continuidade das investigações. A representação encaminhada pela Polícia Civil teve parecer favorável do Ministério Público e foi deferida pelo juízo da Vara Única de Ribeirão Cascalheira. Segundo o delegado, os elementos apontam que o esquema criminoso pode ser mais extenso. “Por meio dessas medidas, será possível entender o seu funcionamento, extensão dos crimes cometidos e demais autores envolvidos”, explicou Flávio Leonardo. As investigações apontam ainda que o esquema foi praticado ocorreu também durante a pandemia. “Fato que torna o crime mais reprovável. Além de por fim ao esquema criminoso, as investigações objetivam revelar a extensão dos prejuízos causados aos cofres públicos e possibilitar a restituição desses valores”, observou o delegado. A operação contou com o apoio de mais de 70 policiais civis das delegacias das regionais de Água Boa, Barra dos Garças e de Confresa.