- Home Page
- Política
- NESTA TERÇA,18: Coronel da PM em Goiás e Tenente-cel da Aeronáutica estão entre os presos na 10ª fase da "Operação Lesa Pátria" da PF. Nomes em MT não foram revelados
NESTA TERÇA,18: Coronel da PM em Goiás e Tenente-cel da Aeronáutica estão entre os presos na 10ª fase da "Operação Lesa Pátria" da PF. Nomes em MT não foram revelados
|
18/04/2023 - 19:53
A Polícia Militar de Goiás (PMGO) cumpriu, na manhã desta terça-feira (18), mandado de prisão contra o coronel Benito Franco, de 43 anos. O militar da ativa da PMGO e ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana), um dos mais importantes batalhões da PM, está entre os presos no âmbito da operação Lesa Pátria da Polícia Federal (PF), que investiga os atos criminosos do dia 8 de janeiro.
Segundo apuração da CNN, Franco foi levado por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) à Superintendência da PF em Goiânia, Goiás. Ele já era investigado pela própria PM por ter divulgado nas redes sociais um vídeo em que afirmava que Luiz Inácio Lula da Silva, recém-eleito, “não tomaria posse no dia 1º de janeiro”.
No ano passado, Benito se licenciou da PMGO para ser candidato a deputado federal pelo Partido Liberal (PL), mas não se elegeu.
Em nota à CNN, a PMGO informou que “a Polícia Militar acompanhou todos os atos de cumprimento do mandado e segue colaborando com a Justiça”. A reportagem busca a defesa do coronel.
Outros presos
Segundo apuração do analista da CNN Gustavo Uribe, um dos presos nesta fase é um tenente-coronel (veja informações no final do texto) da reserva da Aeronáutica. Ele criou um canal na internet e publicava vídeos no QG do Exército e, em um deles, aparece no dia após os atos antidemocráticos chorando pelos colegas que haviam sido presos.
No ano passado, o militar recebeu a Medalha Eduardo Gomes Aplicação e Estudo e entrou para o Almanaque de Agraciados da Aeronáutica. A CNN tenta contato com a defesa dele.
Outra presa de hoje é uma protetora de animais e consultora socioambiental de Sete Lagoas, em Minas Gerais. Ela divulgou vídeos na internet quando o Congresso Nacional foi invadido com os dizeres “invadimos, invadimos”.
No Pará, uma professora da rede pública foi detida preventivamente. Além de participar dos atos, segundo a PF, que analisou imagens, ela foi candidata a deputada estadual pelo PL, mas não se elegeu.
A CNN pediu nota para o diretório do partido no estado e aguarda retorno. A defesa da consultora socioambiental ainda não foi encontrada.
Operação
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (18) a 10ª fase da Operação Lesa Pátria para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília (DF).
Os mandados foram expedidos contra alvos em sete estados (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo) e no Distrito Federal.
Nomes dos alvos em MT não foram revelados
A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (18), dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão em Juara (709 km ao Norte de Cuiabá), no contexto da Operação Lesa Pátria. Os nomes não foram divulgados pela PF.
A investigação pretende identificar pessoas que participaram, financiaram, se omitiram ou fomentaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que resultaram na depredação dos prédios públicos.
Salário de R$ 20 mil e ódio contra STF: quem é o tenente-coronel preso por atos golpistasEuro Brasílico Vieira Magalhães, tenente-coronel da reserva da Aeronáutica preso hoje, promovia há mais de 10 anos posts de ódio contra o presidente Lula e o PT.
O militar de 75 anos recebe uma remuneração de R$ 20.329,92 por mês. No fim do ano, com os bônus, o valor chegou a R$ 32.529,84.
Brasílico está na reserva da Aeronáutica desde 2012, de acordo com o Portal da Transparência. Ele entrou na FAB em 1965.
Pelo menos desde 2011, o militar já dedicava postagens com xingamentos à então presidente Dilma. Também atacava Lula e o partido.
Apoio a Bolsonaro e armas. Em seu perfil no Facebook, há também publicações defendendo o armamento da população e, mais recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fez críticas ao STF e às Forças Armadas horas antes de ser preso. Brasílico publicou um texto criticando o julgamento dos presos pelos atos golpistas e também as Forças Armadas, por não fazerem uma intervenção militar.
O texto ofendia o Supremo, dizendo que os presos são defensores da "justiça verdadeira que havia sido destruída pelo próprio STF".
No último domingo (16), o militar esteve em uma manifestação em Copacabana, zona sul do Rio, com algumas dezenas de pessoas pedindo uma CPMI para apurar as prisões após os atos golpistas.
Como foi a prisão?Brasílico foi preso na manhã de hoje. Foi alvo da décima fase da Operação Lesa Pátria contra os atos golpistas de 8 de janeiro.
Ele foi detido no Rio de Janeiro, onde tem um apartamento na orla de Ipanema. A Polícia Federal não informou se ele foi preso em casa.
Em seu perfil, o militar fez publicações de apoio aos atos de 8 de janeiro, que chamou de "manifestações pacíficas infestadas por infiltrados".
Não foram detalhados pelo STF os motivos para a prisão. E nem informado qual o nível de envolvimento do militar com os atos golpistas.
Como foi a operação da PF?A PF cumpriu 16 mandados de prisão e outros 22 de busca e apreensão.
Essa é a 10ª fase da Operação Lesa Pátria. A primeira fase ocorreu no dia 20 de janeiro a fim de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
Os fatos investigados pela PF incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.