PODE COMPLICAR: Conspiração e golpe para depor Lula envolve militares do entorno de Bolsonaro, revela investigação da PF

PODE COMPLICAR: Conspiração e golpe para depor Lula envolve militares do entorno de Bolsonaro, revela investigação da PF
Investigações em curso feitas pela Polícia Federal apontam um enredo de trama golpista para depor o presidente Lula que parece até filme de ficção, mas é real e envolve militares do entorno próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a exemplo do coronel Élcio Franco e o ex-major Ailton Barros (no caso deste, envolvido também em várias "tramóias" que, anteriormente, já haviam culminado com a sua expulsão do Exército, cuja farda ele manchou reiteradas vezes). Os fatos são estarrecedores e  revelam que chega a ser inacreditável que o ex-presidente - que, aliás, no decorrer de seu mandato, fez várias falas de teor golpista - não tenha tido conhecimento prévio das conspirações para a quebra da normalidade democrática no País e a imposição de um governo sem legitimidade da maioria do povo. Por sua vez, as investigações da PF, que, por sinal, vem se comportando exemplarmente como uma instituição de Estado (e não de governos, que são transitórios), também têm o mérito da mostrar como são frágeis os laços que ligam o Estado Democrático de Direito e determinadas figuras que, por obrigação e dever de ofício, deveriam ser as primeiras a defender as instituições. O que nem sempre ocorre, infelizmente. Conforme avaliações e entendimento de muita gente, o corretivo indicado para esse tipo de comportamento antidemocrátco é a cadeia e as demais penalidades da lei, como perda de cargos e funções, de acordo com a participação de cada réu, seja civil ou militar, nas tratativas e intentonas golpistas que estão sendo desnudadas. Para saber mais informações sobre as articulações criminosas contra a democracia brasileira, confira, abaixo, matéria da jornalista JULIANA DAL PIVA, colunista do UOL: Ex-integrantes do governo Bolsonaro veem áudios de Élcio como gravíssimos A revelação de mensagens de áudio entre o ex-major Aílton Barros e o coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, discutindo uma trama golpista, deixou bolsonaristas atônitos. A descoberta dos áudios também foi considerada "gravíssima" por ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL). Os dois militares chegam a debater como prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O material foi revelado pela CNN e confirmado pelo UOL.   As conversas integram o inquérito da PF (Polícia Federal) que apura a falsificação de cartões de vacinação. Na semana passada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi preso com Aílton depois da descoberta de mensagens que mostravam os pedidos de inserção falsa de dados sobre vacina da família de Cid e também de Bolsonaro no sistema eletrônico do SUS (Sistema Único de Saúde).   Nas conversas, Élcio e Aílton falam em passar por cima do então comandante do Exército, Freire Gomes, usando o Batalhão de Operações Especiais do Exército.   Em um dos áudios, Élcio diz: "O Freire [comandante do Exército] não vai. Você não vai esperar dele que ele tome à frente nesse assunto, mas ele não pode impedir de receber a ordem. Ele vai dizer, morrer de pé junto, porque ele tá mostrando. Ele tá com medo das consequências, pô. Medo das consequências é o quê? Ele ter insuflado? Qual foi a sua assessoria? Ele tá indo pra pior hipótese. E qual, qual é a pior hipótese?".   Élcio diz ainda: "Ah, deu tudo errado, o presidente foi preso e ele tá sendo chamado a responder. Eu falei, ó, eu, durante o tempo todo [ininteligível] contra o presidente, pô, falei que não, não deveria fazer, que não deveria fazer, que não deveria fazer e pronto. Vai pro Tribunal de Nuremberg desse jeito. Depois que ele me deu a ordem por escrito, eu, comandante da Força, tive que cumprir. Essa é a defesa dele, entendeu? Então, sinceramente, é dessa forma que tem que ser visto".   Mais adiante, Aílton Barros fala para Franco: "Esse alto comando de m… que não quer fazer as p…, é preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a prender o Alexandre de Moraes. Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1.500 homens".