Por Mário Marques de Almeida A preocupação com a falta de articulação política mais consistente, fato que leva as demandas do Executivo no Congresso Nacional tendo que ser tratadas pontualmente – no “varejo”, como se diz -, caso a caso, pode ser o motivo que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocar os 37 ministros (as) do seu governo para uma reunião nesta quinta-feira, 15, no Palácio do Planalto. A agenda com todos os ministros está prevista para começar às 10h, sem previsão para encerrar. Seria bom se não faltassem “puxões de orelha” de Lula em assessores pouco ligados em melhorar o desempenho político. A expectativa que o encontro não seja direcionado para os tradicionais balanços de cada pasta, mas, sim, para ter um foco mais político e abrangente no sentido do governo melhorar sua interlocução com a Câmara dos Deputados e o Senado. Principalmente com a Câmara, onde o Executivo vê-se na contingência desconfortável de ceder muito (em termos de verbas e cargos) e receber pouco em votos e apoio para os projetos e programas que tem interesse em implementar. Mesmo que haja vozes na Esplanada dos Ministérios, como a de Alexandre Padilha, da Articulação Política, que diz que as pautas prioritárias do governo foram aprovadas pelos congressistas- o que seria natural em fase de ”lua de mel” – período já encerrado - entre esses dois Poderes (Legislativo e Executivo). Esranho seria as propostas serem rejeitadas logo no inicio da admnistração! Otimismo à parte, o que existe, na realidade, é a sensação de que Lula, por enquanto, precisa conduzir a gestão com os riscos de quem caminha sobre o “fio da navalha”, no caso, mais afiada do que nunca, por ter sido eleito com uma grande maioria de parlamentares adversários. Superar esse desafio e, também, melhorar a comunicação com a sociedade brasileira, mostrando de forma mais clara e objetiva, contundente até, os avanços e conquistas nos setores econômicos e sociais, precisam ficar evidentes, e sem demora. Lula, político experiente, deve saber que tanto pela sua idade, o que é de menos, por ter  ainda vigor e saúde, mas especialmente pelas circunstâncias como venceu (eleição com resultado apertado) e assumiu o governo, em situação de crise e caos,  ele "corre contra o tempo". E no seu caso, não se trata de nenhuma força de expressão falar da necessidade de ter pressa, mas uma imposição do destino! E dos tempos atuais! Mário Marques é diretor do site e jornal Página Única