PF suspeita que deputada foi informada de operação; bolsonarista contratou hacker que falsificou alvarás de soltura e mandados de prisão no CNJ

PF suspeita que deputada foi informada de operação; bolsonarista contratou hacker que falsificou alvarás de soltura e mandados de prisão no CNJ
Foto: Reprodução - Deputada federal Carla Zambelli, de arma em punho, flagrada quando perseguia eleitor de Lula pelas ruas de Sâo Paulo; fato grotesco ocorreu na noite que antecedeu o dia das eleições presidenciais no ano passado. A Polícia Federal suspeita que a deputada federal Carla Zambelli (PL) teria sido informada da operação contra ela um dia antes dos agentes baterem em seu gabinete, em Brasília. A informação é da colunista Andréia Sadi, do g1. Segundo informações da PF repassadas à jornalista, não havia computadores, como é normal em gabinetes parlamentares, e até mesmo o lixo estava revirado. Em outros endereços de Carla Zambelli, em São Paulo e Brasília, a PF apreendeu armas, celulares, passaporte e documentos. A deputada deve prestar depoimento aos investigadores na próxima semana. Prisão do "hacker" e operação contra Zambelli O registro de uma transferência via Pix no valor de R$ 13,5 mil feito por assessores de Carla Zambelli (PL-SP) foi o principal motivo que fez com que a deputada bolsonarista virasse alvo da ação de busca e apreensão desencadeada nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal na Operação 3FA, que levou de volta à prisão Walter Delgatti Neto, o "hacker de Araraquara", conhecido também por vazar as conversas da Lava Jato, em 2018. Em depoimento, Delgatti afirmou que recebeu o valor como parte do pagamento - o restante teria sido acertado em dinheiro vivo - "para ficar à disposição da deputada". A PF investiga a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos em sistema da Justiça. Os investigadores apuram se Delgatti Neto invadiu o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inseriu documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões – incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. "Disse à deputada que conseguiria emitir um mandado de prisão em desfavor do próprio ministro, como se fosse ele mesmo emitindo. A deputada ficou 'empolgada', fez o texto e enviou para o declarante publicar", diz o trecho do depoimento de Delgatti usado pela PF para pedir ao Supremo o mandado de busca e apreensão. A operação foi autorizada pelo próprio Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou apreender o passaporte da parlamentar e dinheiro e bens acima de R$ 10 mil. A defesa de Carla Zambelli confirma as buscas e nega irregularidades da deputada. Em nota, disse que "respeita-se a decisão judicial, contudo, refuta-se a suspeita que tenha participado de qualquer ato ilícito". Em entrevista na Câmara, a deputada afirmou que fez pagamentos a Delgatti Neto, mas por serviços que ela contratou para o seu site.