LÍDER: Lula sobe tom nas cobranças e afirma que "contribuição de países ricos para meio ambiente não é favor"

LÍDER: Lula sobe tom nas cobranças e afirma que
Questionado sobre a viabilidade dos pagamentos, o presidente lembrou o montante gasto em 2022 com guerras mundo afora Redação O presidente Lula (PT) subiu o tom nesta segunda-feira (14), no 'Conversa com o Presidente', com o jornalista Marcos Uchôa, sobre a necessidade de o ‘mundo rico’ - como ele mesmo classificou - contribuir financeiramente para a preservação ambiental nos países que ainda têm suas florestas em pé, como o Brasil. O petista participou na última semana da Cúpula da Amazônia, em Belém, que reuniu países amazônicos e com florestas e, segundo ele, buscou preparar uma pauta de reivindicações destas nações para ser apresentada no fim do ano nos Emirados Árabes, durante a COP28. “É muito simples compreender. Os países ricos tiveram a sua introdução na Revolução Industrial bem antes que o Brasil. Então, eles são responsáveis pela poluição do planeta muito antes de nós. Eles conseguiram derrubar suas florestas muito antes de nós. Agora, o que eles têm que fazer é contribuir financeiramente para que os outros países possam se desenvolver. Nós não queremos ajuda. Nós queremos um pagamento efetivo. É como se estivessem pagando uma coisa que eles devem à humanidade,” diz Lula. "Temos condições de chegar ao mundo, lá nos Emirados Árabes, e dizer o seguinte: "olha, a situação é essa. Nós queremos essa contribuição de vocês. E isso não é favor. É pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra porque vocês derrubaram a floresta de vocês 100 ou 150 anos antes de nós. Então, agora, vocês paguem pra que a gente possa preservar as nossas florestas gerando emprego, oportunidades de trabalho e condições de melhorar a vida das pessoas," completou. Questionado sobre a viabilidade dos pagamentos, o presidente lembrou o montante gasto em 2022 com guerras mundo afora. "No ano passado, o chamado mundo rico gastou US$ 2,224 trilhões em guerra. Qual é a diferença? A diferença é que nós aqui no Brasil não queremos gastar com guerra. Queremos gastar com investimentos nas coisas que vão gerar melhoria da qualidade de vida das pessoas. O nosso PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão. Só na transição energética vamos gastar o equivalente a R$ 540 bilhões, investimento para produzir [energia] eólica, solar, biomassa, biodiesel, etanol; coisas que podem significar que a gente vai ter uma indústria verde", concluiu.